Jean, nas asas da Panair

Clique aqui para embarcar também: http://www.youtube.com/watch?v=G9YLIcHQA3Y

Rápido, pois logo depois os milicorilas e os togas pretas acabaram com ela!

Trecho da entrevista de Daniel Sasaki, autor de "Pouso Forçado, a história por trás da destruição da Panair do Brasil pelo regime militar"

Luiz Carlos Guedes: O que mais lhe surpreendeu na pesquisa que fez sobre o "caso Panair"?
Daniel Sasaki: Foram justamente o silêncio e a falta de material publicado. Veja que aquela era uma empresa das mais tradicionais e respeitadas, a maior companhia aérea nacional e, mais do que operadora de linhas, era responsável por quase toda a infra-estrutura aeroportuária e de telecomunicações aeronáuticas do país. Há extensa bibliografia sobre a sua trajetória e pioneirismo. Mas, quando os autores chegam ao 10 de fevereiro de 1965, restringem-se ao relato da abrupta cassação das concessões de vôo e do decreto de falência, como se a história acabasse ali. Quem acompanha o desenrolar da luta na Justiça fica atônito com a verdadeira obra de destruição empreendida pela ditadura. Não apenas inexistiam débitos vencidos ou títulos protestados, como o patrimônio respondia muitas vezes pelas dívidas e, uma vez aberto o processo de falência, a "massa falida"da Panair passou a gerar lucros. Era tanto capital que os próprios juízes, síndicos e militares resolveram dilapidar os bens da empresa por fora do processo falimentar e embolsar fortunas.

LCG: "Pouso Forçado, a história por trás da destruição da Panair do Brasil pelo regime militar" expõe à sociedade um processo de injustiça que se arrasta nos tribunais há 40 anos. Quais as expectativas dos familiares dos antigos proprietários e dos ex-funcionários da Panair com a publicação do livro?
Daniel Sasaki: Não há expectativa no sentido de uma agilização desses processos judiciais. Perguntei certa vez ao herdeiro da empresa se ele era otimista em relação ao ganho de causa. Disse-me que não era nem otimista, nem pessimista. E é bem por aí. Acho que a expectativa de todos - minha, inclusive - é que o leitor tome ciência dos bastidores do processo de aniquilação da Panair do Brasil e formule seus próprios questionamentos. Se a Justiça não pode ser feita, que ao menos fique a satisfação de ver as pessoas tendo acesso ao que realmente aconteceu. A Panair não faliu. Foi "falida" por despacho corriqueiro e teve seu patrimônio confiscado.

Leia a entrevista aqui: http://www.riototal.com.br/coojornal/entrevista001.htm

Comentários

Jens disse…
"Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Panair."

Abração.
Anônimo disse…
E pensar que foi feito por um grupo que asumiu o controle do pais, num golpe de estado, para conter a ameaça ¨comunista¨.