Canoas, RS, PT, BR: - Vê? Estão voltando as flores, as folhas, as pessoas...

Quando o PT ganhou a prefeitura de Canoas eu, que só atravesso a cidade vez que outra pela BR116 e tenho por isto uma percepção bastante restrita da cidade, notei algumas coisas que mudaram para melhor já  logo nos primeiros dias: A BR116, que à noite, já há mais de ano, estava às escuras em toda a longa extensão do município, foi iluminada pela reposição de centenas de lâmpadas. Antes roubavam muito em Canoas, portanto 'investiam' muito junto aos grandes empresários da mídia de manipulação de massas, daí não sobrava dinheiro para as lâmpadas.

Esta cidade é dividida ao meio pela BR116 e pela Trensurb, o que lhe traz benefícios e prejuízos. Para que os motoristas sintam que estão passando por uma cidade, que é um agrupamento humano perene, o prefeito, do PT, além de reiluminá-la tomou a ótima iniciativa de decorar singelamente a longa faixa de asfalto, muro e postes quando de eventos importantes, como o Natal e a Copa do Mundo. Isto ameniza um pouco o prejuízo cotidiano em cinza, fúria e som e nos lembra que estamos passando, mesmo a 80 por hora, por um local onde moram e trabalham pessoas. 

Mais importante foi que a administração do PT transformou dezenas de plaquinhas azuis de 30 por 40 cm com desenhos de ônibus, espalhadas ao longo da vasta faixa asfalto-cinzenta-furiosa, em abrigos com teto e banco, para que quem espera esses ônibus possa sentar-se e abrigar-se da chuva, do sol e do sereno, coisa muito necessária para grávidas, idosos, crianças e muitas outras pessoas.

Foram colocadas também ao longo da BR116, câmeras para monitoramento do trânsito e melhoria da segurança. 

Ontem à noite, andando pelo Facebook,  uma estrada virtual onde se consegue ver a cara de quem passa, encostou ao meu lado o Helio Campos, engenheiro, funcionário público, que está trabalhando atualmente em Canoas. Saudou-me e disse: "Aqui em Canoas inauguramos bibliotecas em praças e parques. No horário comercial um funcionário da Secretaria de Cultura distribui os livros para quem faz o cadastro e assim pode levá-los para ler em casa ou à sombra de uma árvore. Sou partidário da tua ideia de libertar os livros... Não deixá-los presos na estante. Quem implanta isto aqui é o Jeferson Assunção."

Achei supimpa. Uma hora destas vou sair da BR116, entrar em Canoas, procurar uma praça, estacionar, descer do carro, caminhar até a biblioteca, me associar, retirar um livro e... ler... ali na praça mesmo, entre o canto dos bem-te-vis e o cheiro das bem-me-queres. Nessa praça pública, parece-me, teremos menos shopping, menos chapping, mais happying hours e, com esta e outras opções, construiremos jardins onde as flores do mal marcarão mais as páginas da literatura do que a vida.