Como CRESCER e CONSUMIR, sem destruir o ambiente e a saúde?

Vamos continuar a crescer, certo? Não vamos parar de consumir nem preservar matas nativas, animais, qualidade do ar, da água, dos alimentos, nada. (Estou falando de realidade e não de desejo.) Só preservaremos na medida em que a preservação não interfira com o crescimento da economia, do consumo, da comodidade. Precisamos encarar este fato, que significa muito mais energia necessária. Não há escapatória ao aumento da necessidade de energia nesse cenário, que me parece inexorável, ainda que lamentável. Solução óbvia, à qual é dada atenção quase total é o aumento da geração de energia. E dê-lhe hidrelétricas e dê-lhe petróleo e dê-lhe etanol e dê-lhe carvão e de-lhe queimadas e dê-lhe desmatamento e dê-lhe alagamentos. Mas e a outra ponta, a da poupança, a da otimização?

Luz Para Todos, SIM! Alimentação para todos: SIM. Água para todos: SIM. Saúde para todos: SIM. Segurança para todos: SIM. Terra para todos: SIM. Educação para todos: SIM. Casa para todos, SIM. Cultura para todos: SIM. Lazer para todos: SIM. Carro para todos, SIM. Estradas e estacionamento para todos, SIM. Felicidade para todos: SIM. Direitos e obrigações para todos: SIM. Esperança confiante para todos: SIM.

Não posso dizer NÃO para qualquer destes ítens se  primeiro não abdicar dele para meu desfrute. Enquanto eu o colocar como meta para mim, devo colocá-lo como meta para todos. Mas tudo isto, para todos, que é a demanda que hoje está posta e no futuro só fará aumentar, necessita de muito mais energia e produzirá muito mais resíduos, a maioria deles tóxicos, poluentes. E a sustentabilidade requer que preservemos o melhor bio sistema que temos e ainda requer que o melhoremos. Então temos que nos dedicar com muito empenho, o maior empenho, a desenvolver técnicas para ECONOMIZAR e OTIMIZAR energia, para EVITAR produzir resíduos e para TRATAR  e ANULAR a poluição. Isto deve ser encarado como questão prioritária estratégica de Estado e Sociedade Civil. Ou todo o progresso transformar-se-á em uma bolha, como a que atingiu a economia mundial recentemente, só que muito mais DESTRUIDORA, muito pior, pois não poderá ser resolvida com dinheiro. Nem todo o dinheiro da petroleira inglesa e dos EUA resolve o desastre que causaram.

Não devemos  nos permitir causar a nós mesmos desastres muito maiores que aquele. E não podemos parar de aumentar nossas demandas. Não o faremos de qualquer forma. A não ser sob o aniquilamento de um desastre imensurável. É a evitar esse desastre que temos que dedicar todo o nosso empenho e sabedoria, se é que temos alguma. E eu acho que temos. A Sociedade Civil deve envolver-se totalmente, investir, e o Estado brasileiro é que deve fomentar , gerir e também investir, muito, em iniciativas, empenhos e sabedorias para alcançar este objetivo. Só o Estado pode fazê-lo, é sua função.

Atribuo-me assim o direito, e a obrigação, de participar deste esforço, que é caracteristicamente um esforço humano e de cidadania. Neste espaço da Internet, por exemplo, acho que todos os que aqui atuamos devemos dedicar um significativo percentual de tempo e trabalho diário a este objetivo. O Twitter tem sido uma excelente ferramenta de acesso, que oferece grande amplitude, quantidade, facilidade e rapidez de tráfego de informação. A qualidade da informação se obtém rapidamente selecionando as fontes. E nós é que estabelecemos os filtros e os interesses. O Twitter (também o e-mail, o RSS) fornece as manchetes e os blogs/sites fornecem a matéria jornalística. Cabe ao Estado (e à Sociedade Civil empreendedora) vasculhar e aproveitar estas informações, para que não se perca o potencial delas, como o Brasil perdeu o Avião Azul, do Joquim Louco, da letra do Vitor Ramil/ música do Bob Dylan.

A seguir indico três invenções e uma realização que me parecem possibilidades reais de diminuir o impacto danificador da satisfação das nossas necessidades e ações no bio sistema do qual somos parte e dependemos. As encontrei pelo Twitter.

1 - Equipamento de baixo custo desenvolvido na Unicamp economiza 15% do consumo de energia dos refrigeradores domésticos. Uso generalizado geraria economia para o Brasil de 5% da energia p/ uso residencial. Mais do que o obtido no horário de verão, que economiza entre 3% e 4%. Leia no Jornal da Unicamp. 
Via site OECO   (http://bit.ly/d6gOpr) 

2 - Ciência usada em foguetes pode tratar esgoto. Não gasta energia, para fazê-lo. Produz energia. Veja no Mercado Ético.

3 - Diesel (quase) sem poluir. Reduz 91% do óxido de nitrogênio. Excepcional, sensacional, maravilha! Alô Presidente Lula http://bit.ly/bNs9MD

 4 - Energia limpa, consciência limpa, exemplo para todo o Brasil e o mundo. http://bit.ly/9yrYHa

Comentários

Roy Frenkiel disse…
Concordo, se quisermos continuar assim e realisticamente falando continuaremos e a reforma no uso de nossa energia que precisa ser feita.

abrax

RF
Leia o James Lovelock disse…
Se não colocarmos um teto ao consumo de recursos naturais o custo dessa vida boa é a mãe-terra se transformando em um planeta que só alimenta 100 milhões de pessoas em 100 anos.
Precisamos revisar todo o ciclo de consumo: geração, emprego e descarte do ponto de vista da sustentabilidade e emissões.
Gerar energia "limpa" para podermos mais aparelhos cuja fabricação (tintas, lítio, mineração, siderurgia) é danosa pode não ser negócio na contabilidade geral da sustentabilidade.
Assim como sabemos que nosso orçamento financeiro permite gastar X todo ano de reais, nos falta o X de carbono que cada pessoa e cada pais pode gastar.
Se soubermos o que cada produto gera Y de efeito estufa (considerando todos os gases) na sua fabricação, uso e descarte, posso optar por alternativas dentro do um orçamento anual de consumo de recursos naturais.