O poder velho de guerra

O Poder Velho (e pervertido) de Guerras

numa noite de horror atacou, num sujo e escuro terreno baldio, a gentil Flower Power.

Noutra noite medonha arrastou para os fundos de um depósito imundo a bela Power to the People.

Submeteu-as à sua ignomínia, contaminou-as com odiosa fecundação, fez nelas os três seguintes bastardos:

Flower to the Power

People for the Power

Power to the Power.

As gentis e belas moças caíram em desgraça desde então, com tais filhos monstrengos, criados pelo pérfido estuprador, que seguiu a atazanar-lhes, e o povo a rir-se delas.

Vez que outra ainda acontece, no meio desse maléfico jardim dos novos corações de asfalto e aço, brotar uma flor. Eventualmente um remoto poeta o percebe e corre a berrar que pare imediatamente todo o tráfego - invariavelmente flor e poeta são atropelados. Isto é fato.

Mais raramente ainda pode acontecer de nascer nesse pernóstico ambiente uma criança, com vocação para poder, pessoa e flor.

Caro poeta, se encontrares uma delas, acompanha, vigia, cuida...
Mas discretamente, e em silêncio.

Comentários

Anônimo disse…
Variações sobre um tema de DartanJean

Para Jean Scharlau

Considerando como um belo poema de amor
Um poema de amor ao amor, pese
às ignomínias da língua da Pérfida Albion
tais como Flower to the Power
People for the Power
Power to the Power
e às aleivosias do amor pelo pérfido poder
há insofismavelmente a ternura
do poeta
que se encontra discretamente
em silêncio
como um feroz viking protegendo seu imperador,
velando, vigiando, acompanhando
o crescimento da criança
com a doce vocação pelo poder
pela pessoa
e pela flor

Aramis, Conde de Rio Grande
Anônimo disse…
Bonito, Jean. Pode-se acrescentar, que, sendo sexta-feira santa, quase 13, o estuprador não foi excomungado...
Roberto
Unknown disse…
Que viagem Jean... e eu pobre mortal,em busca de mais saber e mais cuidar, discretamente faço silêncio...

Abrs