Transporte público, coletivo, confortável PARTE II

Uma proposta revolucionária e bastante afeita a ímpetos democráticos, por vários motivos.

Atualização em 04/6, às 14:35.

Motivos Revolucionários e democráticos: 1 - Praticamente não demanda investimentos com dinheiro público. 2 - Usa basicamente só o que já existe. 3 - Realiza nossos desejos de conforto, segurança, praticidade. 4 - Gera investimento e renda. 5 - Polui menos. 6 - Desafoga e desengarrafa o trânsito. 7 - Economiza tempo. 8 - Economiza dinheiro. 9 - Será utilizado por todas as classes sociais. 10 - Pode ser implementado por toda e qualquer prefeitura, sem depender dos governos estaduais e federal, mais do que hoje.

Este revolucionário e democrático meio de transporte público, coletivo, confortável já existe: é o táxi. Hoje não funciona bem porque lhe é dada uma característica elitista - não só a tarifa, que tem a cara da elite, para bolsos de elite, mas também a trava cultural, onde táxi é visto como coisa de luxo. Discordas? Então olha só.

Em Porto Alegre, comprar um táxi com a respectiva licença para operar custa de 150 a 230 mil reais, dependendo do modelo do carro e do ponto onde opera ( ítens que são os mais baratos - o mais caro é a licença para operar, concedida pela prefeitura).

A prefeitura não libera mais licenças. Existe um número X e deu! (Não chega a 4 mil em POA) Se quiser tem que comprar os "direitos" (que são uma concessão pública) de um "particular" que já os tenha comprado de outro, que os comprou de outro, etc. Isto explica como, mas não o porquê.

O que bota preço em um "bem" ou "direito" são os benefícios que dele advêm. O lucro. Ou a remuneração. Andando de táxi pela cidade, me informei com dois motoristas: 1 - o proprietário do táxi e 2 - o empregado de outro taxista. Ambos de classe média. O proprietário me informou que tira, limpos, de 3 mil a 3 mil e 500 reais por mês. O motorista empregado me falou que a féria média diária do táxi é de 250 reais. Dessa féria diária ele, empregado, fica com 25%. Trabalha 12 horas por dia, de 2ª a sábado, o que lhe dá um "salário" de 1 mil e 600 reais por mês (NO SEU TURNO). Às 19 horas ele entrega o táxi para o motorista da noite. Eu não perguntei quanto dá o serviço da noite. Pelo que ouvi, a produção de um táxi é dividida mais ou menos assim:

- 25% para o empregado.
- 25% para combustível e manutenção. - 50% para o proprietário.

Atualização em 4/6, 14:35.

O preço do serviço de táxi tem portanto "gordura" para baixar 50% ou mais, pois passa muito tempo parado no ponto aguardando passageiros, que viriam aos magotes, desde que libere-se licenças ilimitadas, somente mediante a qualificação do veículo e do motorista, portanto retirando-se o "investimento de capital" desse serviço, fazendo com que os táxis deixem de ser um negócio de classe média, como restaurantes ou lojas, e passe a ser tratado como serviço de utilidade pública, cujo único "retorno financeiro" seja a remuneração para a função do motorista proprietário do veículo (investimento de 20 a 30 mil reais, passível de parcelamento e pagamento com o uso da ferramenta) e não mais tendo que prover a remuneração financeira para um investimento de 200 mil reais.

Hoje para sentar em um táxi em Porto Alegre paga-se R$3,10 e mais R$1,65 por km rodado. Por isto os táxis passam grande parte do tempo parados, aguardando passageiros, e muitas pessoas ficam obrigadas ao desconforto dos ônibus enquanto outras optam por usar o próprio carro.

Comentários

Jens disse…
Concordo, o Pirata é o cara. Parabéns ao comandante.
Quanto a proposta revolucionária: não sei andar de bicicleta e não tenho grana pro táxi (prefiro investir no Jack Daniel's). Posso andar de carroça?
Um abraço.
Anônimo disse…
QUE BESTEIRA!
Quanto mais gente andando de ônibus melhor.
Menos veículo trafegando, menos poluição, menor o preço da passagem, melhor os ônibus.
Unknown disse…
Querido Scharlau, a blogosfera clama teu retorno. Tia Yeda na sua pior fase e tu ausente da blogosfera?! Volta, por favor!!
Jean Scharlau disse…
Jens, logo os ônibus da Carris serão todos carroças. Abraço!

Anônimo, a questão é que a classe média não vai deixAR seu carro na garagem e começar a andar de ônibus só porque tu achas que ela deveria fazer isso.

Agenda Bordignon, grato e emocionado pelo apreço. Por enquanto estou em um lugar onde só acesso à internet pelo computador de uma lan house, que só funciona à noite e é longe paca. Abraço!
Anônimo disse…
É verdade que "que a classe média não vai deixar seu carro na garagem e começar a andar de ônibus" só porque o anônimo quer, mas também não vai andar de táxi porque assim quer o Jean Scharlau...
Jean Scharlau disse…
Anônimo, não pegaste o espírito da coisa ou não te deste o trabalho de ler o texto. Como estou amável hoje vou fazer um resumo da idéia. Preços menores nas tarifas, pelo menos 50%, e liberação de licenças para operar fariam o número de usuários crescer na mesma proporção e muito possivelmente mais ainda, tanto por parte da classe média quanto dos pobres. Tem a ver comércio, não com decretos.
Renato Couto disse…
Amigo Jean, permita a intimidade de leitor, quem coloca preço nas tarifas de taxi, são os próprios taxistas (as empresas que são donas da maioria da frota), direta ou indiretamente (leia-se via lobby político), pois não interessa atender ao mercado, se podem ganhar muito mais com este imenso poder de monopólio que possuem ( ao exercerem contínua pressão pela não liberação das licenças ). Assim não atendem a demanda, por manipularem a oferta, mas lucrando muitíssimo, por "colocarem" o preço desejado.
Abraços,
Renato Couto
www.seumlertabom.blogspot.com
Obs.: Permita-me coloca-lo em link, em meu recente blog?
Jean Scharlau disse…
Caro Renato, é vero o que dizes, mas também é vero que se um prefeito mudar isso, nessa sua cidade isto estará mudado.

Esteja à vontade para pôr uma nota lá na tua garrafa indicando esta. Anotarei aqui também.
Abraço!
Anônimo disse…
que delírio... na verdade, acho que nem o autor falou a sério, deve ter sido um experimento literário, para ver a reação que causava. As postagens de anúncio até que criaram expectattva, "público, coletivo, revolucionário, confortável," mas depois, xoxô. É verdade que o autor nunca disse nada de 'viável', sejamos justos.
Renato Couto disse…
Devidamente anotado...
Mas quando chegará este prefeito? Aqui nas terras do Cristo Redentor, o alcaide é sócio das frotas (bem, isso conta o passarinho do bico preto)...
Abraços!
Jean Scharlau disse…
Último anônimo, logo mais vou publicar algumas informações, do que acontece em algumas cidades do Brasil e parece-me comprovar a "viabilidade" da proposta que apresento.

Renato, estás abrilhantando minha lista "QUEM SABE FAZ A HORA".
Anônimo disse…
Achei boa a idéia. Fui a Montevidéu em fevereiro de 2006 com o meu pai e o meu irmão, e a maior parte dos nossos deslocamentos pela cidade foram feitos de táxi, já que em percursos relativamente curtos (como do Centro ao Estádio Centenário) saía mais barato do que pagar três passagens de ônibus (que também são mais baratas do que em Porto Alegre). Só usamos ônibus em trajetos mais longos.

Abraços

P.S.: Adicionei teu blog aos meus links.