O cara começa sua "carreira política" como vereador - para isto compra em vários tipos de negociatinhas os votos de que precisa. O que é comprado é para ser usado e vendido com lucro, para daí poder comprar mais e vender mais. É a lógica do mercado. No uso e negociações posteriores de venda do que comprou, ele vai afiando seu tino comercial e ampliando seus negócios. Dali a pouco já se candidata a prefeito, ou deputado estadual, pois já compra e vende muito mais. É do negócio. Suas relações comerciais se ampliam e ele, caso tenha sucesso, já começa a negociar por atacado - arranja vários outros "políticos" iniciantes ou menores que assinam na mesma franquia com que ele negocia - esses pagam-lhe comissão em votos e apoio de todos os tipos e recebe o mesmo em troca - prefeito, tem uma rede de vereadores que lhe pagam comissão dos próprios votos, em espécie e "por fora", deputado, pode ter também alguns prefeitos.
Como falamos em negócios, além dos "políticos" há os "empresários" e outros "investidores" que ajudam a bancar e fazer crescer o grande empreendimento, que é tirar de todos e levar para alguns. Se o negócio prospera, logo o "carreirista político" se elege deputado federal - aí entra no circuíto das altas rodas financeiras - tem veradores, prefeitos, deputados estaduais, funcionários públicos vários, empresários e investidores a fermentar sua fatia no bolo da franquia de que faz parte - fazendo crescer a sua, faz crescer o bolo. Ele e os gerentes das outras fatias daquela franquia e outras associáveis, todos negociantes por atacado, ajudam-se mutuamente e ampliam seus negócios - como esses dependem basicamente da propaganda e do acobertamento e dissimulação, compram e concedem-se muitos meios de comunicação - rádios, televisões, jornais - isto garante o sereno e tranqüilo andamento dos negócios. Nada pessoal, entenda.
Agora perguntem-se se são tolerados estranhos nesse imenso, confortável e próspero ninho, que ficou invisível como uma teia, cujos fios, segundo li, são mais resistentes que o aço.
Comentários
Gostei desse teu post, apartidário. Infelizmente o cupim corroeu todos os palanques e a praga instalou-se.
Só mesmo com muito dicernimento para achar o trigo no joio.
Um abraço,
Sílvio
Folha de São Paulo, hoje (09/04/2006):
PAINEL
Sem rodeios 1
A oposição já busca na sociedade civil um nome para encabeçar o pedido de impeachment de Lula, assim como Barbosa Lima Sobrinho fez com Fernando Collor. A revelação da participação de Márcio Thomaz Bastos no "caseirogate" retirou as últimas reservas sobre o assunto.
Sem rodeios 2
"Somada a outros indícios, a violação do sigilo pode redundar, sim, em um processo por crime de responsabilidade", diz o presidente do PFL, Jorge Bornhausen. Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de FHC, e o jornalista Boris Casoy estão cotados para subscrever a peça.
* * *
Enquanto esses sujeitos insistem nessa coisa estúpida de impeachment do PRESIDENTE LULA (eles falam em “impeachment de Lula”, pois certamente prefeririam impedir a continuação de sua existência na Terra), pois bem, eu assino a mensagem 2878, de Thal Calló, na seção Manifeste-se, da revista eletrônica NOVAE:
2878 data: 2006-04-08 19:19:45
Thal Calló ( thal555@hotmail.com / sem homepage) escreveu:
Acho que se dessa vez esses calhordas desse tucanato entreguista juntamente com aquela cambada de párias do PFL estão achando que vão conseguir ganhar no grito. Sabemos que em várias partes do país já existem células prontas pra entrar em combate se for o caso. Se querem nos deixar viver no inferno , se preparem, por que eles juntamente com seus familiares vão tbem sentir o aço quente na pele. Pois já foi se o tempo do Araguaia, até agora só viram os carros explodirem no Oriente, pois verão aki tbem.
* * *
Quem são essas figuras para pretenderem executar tão estúpida medida? Faltam 8 meses para encerrar o mandato do presidente Lula. Se esses elementos estão pretendendo perpetrar esse golpe, isso só indica que estão desesperados, isso é uma confissão de que reconhecem a iminente vitória da reeleição do presidente Lula. Se não fosse isso, eles estariam tranqüilos, confiantes, aguardariam suas vitórias para assumir as chaves dos cofres da União — o principal objetivo dos golpistas.
Se vocês ganharem nas urnas, NÃO me conformo, MAS compreendo e aceito a derrota. Passarei a fazer oposição ao governo eleito. Mas o farei com decência, com ética, como autoridade moral. Sem apelar para golpes baixos. Neste caso, jamais usaria métodos violentos para protestar contra o governo de vocês.
No entanto, caso vocês venham a cometer o crime que estão engendrando contra o governo que eu e 53 milhões de cidadãos elegemos, não vacilarei em me tornar um combativo opositor (inimigo mesmo!), pronto para reagir contra essa atitude golpista, através de métodos violentos sim.
Amo a vida, sonho com um país mais justo, mas prefiro morrer a viver como um covarde, submetido ao despotismo de canalhas. Basta o que já vivemos. Esperamos, pacientemente, durante anos, até elegermos o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Aceitamos as inúmeras derrotas e retomamos a luta pacífica até a vitória nas urnas. Pois que vocês façam o mesmo. Argumentem, discutam, debatam, provem que são bons administradores, provem que o Brasil será melhor com as suas voltas. Aceitaria a derrota num pleito democrático. Mas golpeando, JAMAIS!
NO PASARÁN!
Fernando Soares Campos
P.S.: A minha opinião não reflete a opinião de quem quer que seja, ou de qualquer agremiação partidária. É a minha opinião pessoal, podendo vir a ser compartilhada, ou não, por alguém que com ela se identifique.