Scharlout of Hôme e o caso dos comentários

- Caro Uátisson, eu estou para sair uns dias de casa e, como bem sabes, não gosto de deixar my home and laboratory open to the istriti. Assim antecipei-me em fechar as windows onde, entre outras distrações, costumo contar e debater com os usuais transeuntes interessados os detalhes dos casos solucionados e em andamento. Quase imediatamente após fechá-las, no horário costumeiro da prosa, notei que vários de meus apreciadores e adversários jogavam mickjeguis nas venezianas. Surpreendi-me sobremaneira, pois não imaginava que apreciassem tanto questionar-me, aprovar e discordar de minhas digressões, especulações lógicas e narrativas. Deveras curioso.

- Caro Hôme. Nada vejo de curioso ou surpreendente nisto, pois eu mesmo muito aprecio nossas conversas e sabes perfeitamente disto. O que pretendes fazer a respeito? Eis um problema de difícil solução, que certamente instiga teu lógico senso.

- Solução elementar, meu caro Uátisson. Para manifestar minhas opiniões pelo lado dentro da casa eu teria que estar aqui, o que pretendo não fazer por alguns dias, ou enviar diariamente à casa um mensageiro desconhecido, arregimentado em algum café suspeito e que poderia estar a serviço de Moriariti ou outro magano. Assim enviarei tal mensageiro sem as chaves da casa, para que se pare do lado de fora, sob as janelas da Rua Beiquer, em cuja calçada serão feitas as trocas de mensagens.

- Supimpa, Hôme. Porém ainda resta um ponto vulnerável - como saber se o mensageiro não passará mensagens falsas aos seus prezados debatedores?

- Uátisson, meu caro, às vezes arguis mais rápido que meu próprio pensamento. Não é o caso desta vez. Como te propuseste a narrar nossas aventuras, enviarei o mensageiro primeiramente a ti com a mensagem e uma cópia codificada. Peço-te esta colaboração e a de que confirmes em teu consultório a autenticidade das mensagens a quem possa pretendê-lo.

- Hôme, sabes de antemão que estou à tua disposição para qualquer tarefa que me julgues apto a cumprir.

- Obrigado, Uátisson.

- Boa viagem, Hôme.

Tradução para os bons entendedores de mensagens completas: Scharlout of Hôme publicará suas descobertas e conclusões diretamente na caixa de comentários, os quais também responderá ali. Uátisson, Md.

Comentários

Anônimo disse…
Jean Scharlau - Porto Alegre Escreveu:
Outra coisa, das mais tristes sobre Brasil/ONU/Haiti, é a ignorância e o descaso que a grande imprensa, a dos jornalões, dedicou e dedica ao caso, não tendo enviado para lá nem um repórter que mereça o título e entenda do assunto. Posso estar mal informado, mas o que vi por aqui foram entrevistas com soldados que voltaram de lá e uma coisa nojenta na Globo, que foi até lá filmar lágrimas de soldados com saudades de casa (sempre os soldados), para enriquecer a trama de seu Jornal Novela. Assim o que vemos por aqui é um festival de achismos e doutorismos sobre os problemas do Haiti e o que seria bom para o Haiti, etcétera. E isto mesmo só em blogs e palestras. Aí é um tal de Zé acha isso, Ambrósio acha aquilo (sem desmerecer as opiniões)- eu também tenho meus palpites. Mas quem esteve lã? Quem entrevistou o povo, os dirigentes, os rebeldes, os oficiais da ONU? Ninguém a sério, preocupado com coletar as informações diretamente da fonte, antes de publicá-las e vendê-las.

A imprensa brasileira soma-se ao rol das misérias e tristezas haitianas e quanto a este assunto está no mesmo nível do Haiti. Ficando então nos palpites, já que não temos informação, arrisco um - eu acho que a primeira coisa que a ONU deveria ter feito era aportar no Porto Príncipe alguns navios carregados de grãos, para que nenhum haitiano sentisse fome antes de começar a pensar em democracia. Assim também no aeroporto de Porto Príncipe (se houver) deveriam ter descido alguns repórteres brasileiros, para que nós pudéssemos pensar sobre informações e não ficarmos miseravelmente atolados no pitaquismo e no diz-se que dizem. (Sem desconsiderar as opiniões de ilustres blogueiros ou de quem quer que seja, repito.)
19/02 11:41:38 AM
Moita disse…
Gostei de Herlock Solmes e Uátisson, que certamente suplantarão Sherlock Holmes e Watson, batendo na janela pelo lado de dentro. rssssssss

uma abração e divirta-se.
Anônimo disse…
jean Scharlau disse...

Caro Moita, já que eu, tu e Lula concordamos nesta / quase me limito a agradecer pela supimpa aula / que mostra bem toda a árvore genealógica / do sal grosso que usei há pouco / para saborear com gosto o meu churrasco/ e também do sal que conserva o charque. / Fosse eu de me contentar com muito / satisfeito ficaria e bem quieto / curtiria agora a minha sesta / mas acontece que, guloso e alerta / depois de churrasco e da cerveja / ainda quero a sobremesa / então sigo teu raciocínio / e monto a minha peça / pra mostrar que foi bem entendida / a lição que puseste à mesa. / - O boi pasta e bebe / e sobre o campo do seu repasto / vai deixando pegadas, mijo e bosta / estas mesmas são depois / pelas chuvas e sangas arrastadas / pelos rios vão-se à praia / e nas salinas fazem pousada / de lá, bem ensacadas / voltam ao boi que arde nas brasas.

E agora, antes de me deitar na rede / e curtir as imagens da doce / e da salgada viagem / permito-me um pitaco / a querer concluir com minha própria rima / ainda que da tua partida / os teus versos de cordel-soneto-pagode. / Ali, na última estrofe / canto com a minha grossa arte: / - Pois não é que sempre aparece um abelhudo! / - O jornalista - que fala sobre quase tudo, / pois de tudo entende um quase nada. / E além desses ainda há os padres.

Grande abraço.
Jean Scharlau
Saramar disse…
Não entendi nada, mas adorei o poema para o Moita.
Beijos e excelente viagem
Anônimo disse…
Aqui conhecemos outra versão, que diz que a gente fina de Pelotas comentava, com pompa e afetação, diante de escravos e peonada, quando achava dois mui parecidos, que o eram tanto, que um parecia o outro 'esculpido em carrara', donde, por chufa e dichote, a plebe rude exclamava - é mesmo: cuspido e escarrado!
Anônimo disse…
Pois não é que sempre aparece um abelhudo!
- O jornalista - que fala sobre quase tudo,
pois de um tudo entende quase nada.

E além desses ainda há os padres
que têm por missão divina
da terra ser o sal
mas há os que não querem
voltar a salgar o sertão
antes de seguir ao mar.

Jean Scharlau
Anônimo disse…
Grato, Saramar.
Anônimo disse…
Pois não é que sempre aparece um abelhudo!
- O jornalista - que fala sobre quase tudo,
pois de UM TUDO entende quase nada.

E além desses ainda há os padres
que têm por DIVINA MISSÃO
da terra ser o sal
mas há os que não querem
voltar a salgar o sertão
antes de seguir ao mar.

Jean Scharlau
Anônimo disse…
Adios, noninhos, por hoje chega de café virtual de chaleira, que está ficando mui caro. Hasta manhãna, o después, com la graça de Dios.
Moita disse…
Jean

Casquei voce na corrente do boicote.

Va a Moita pra ver o que tens que fazer, podes ver outros boicotes ja boicotados na Saramar, Serjão, no blog Eu Odeio Lula do Carlos e etc.
Divirta-se

abs
Moita disse…
Jean

Cadê você? va cumprir sua missão, meu caro.
abs