A maior farra do mundo: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná serão loteados e vendidos a preços módicos, para os mesmos de sempre
Na verdade é um pedação do Brasil do tamanho desses três estados juntos. Esse novo 'superestado' fica na Amazônia. Será vendido em lotes de até 1.500 hectares (15 km²). Cada lote vem com milhares de metros cúbicos de madeiras nobres prontas para serem cortadas e vendidas, agora legalmente. O preço dos lotes será regulado pelo mercado, de bananas. O pagamento será a perder de vista. Em três anos todos os felizardos ganhadores, digo, compradores, poderão revender, já então pelos preços do mercado imobiliário, e receber à vista. A vista será ampla e irrestrita, pois grande parte da floresta terá sido cortada, milhões de metros cúbicos de madeira vendidos, muita soja estará plantada, muitos bois pastarão por lá. Essa área do tamanho da Região Sul do Brasil deverá ser abatida, desmembrada e devorada por mais ou menos cinquenta mil privilegiados saquead... digo, proprietários.
A Medida Provisória Permanente de Mangabunger Lula passou rápido como quem rouba pela câmara e pelo senado, mas em compensação ministros, secretários de Estado, governadores, prefeitos, senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, membros do Poder Judiciário e do Ministério Público poderão 'comprar' lotes lá. Estão todos acompanhando atentamente a cotação da banana no mercado.
Serão premiados preferencialmente os que tiverem cometido a ilegalidade de invadir aquelas terras públicas e desmatá-las já há algum tempo. Invasões e desmatamentos recentes ou ainda não cometidos poderão ser premiados também desde que os pretendentes arrumem testemunhas e documentos falsos quanto à antiguidade da ilicitude. Há quem diga que só uma declaração do interessado já basta - não duvido: Mangabunger tem fé no seu povo. Havendo mato, porém, tudo pode ser feito na moita. Se não há mais mato, se o fogo comeu, se a água lavou, use a moita do vizinho, aquele da casa laranja, se é que me entendes.
Não vai ter fiscalização em todos os lotes, então negros, índios, população nativa, ribeirinha e outros incômodos deixam de ser fatores preocupantes, bastando esfregar o título de propriedade nas suas faces ignaras, o que, por serem ignaras as fauces, convém fazer acompanhar o título do cano de um trabuco ou do cabo de uma automática, que daí eles entendem.
Caso queira explicações mais pormenorizadas e exatas de como vai ser, ou melhor, já é, escuite a Marina Silva, leia a Comissão Pastoral da Terra e estes procuradores do Ministério Público Federal.
Em entrevista exclusiva à RBS, Lula parece confirmar, no final, que o interesse principal dele na Amazônia é soja, carne e etanol. Escute aqui, no quadrinho à direita da página.
Comentários
Um abraço.
Isto é imparcialidade, o resto é manipulação!
Cumprimento-o!
Ione.