O jornalismo pode deixar de ser uma profissão bacaninha, agora que não se precisa nem ter faculdade para exercer, que dirá curso superior. Agora qualquer chinelão pode tentar ser jornalista, basta ter dois olhos, dois ouvidos e uma boca... Que nada, o cara pode ser totalmente cego, surdo, mudo (ainda que não simultaneamente, em princípio) desde que tenha algo de um cérebro que funcione (e talvez um blog, uma zine). Agora o sujeito lá que virá querer se meter a jornalista não terá mais que ler o que seu mestre mandar, nem terá que pagar ao mestre do mestre. Dizem alguns que só assim teremos menos jornalistas amestrados. Mas não é o mestre que amestra os jornalistas, é o dinheiro, rebaixamento que alicia profissionais de todas as categorias.
Muitos mestres agora ficarão ainda mais em minúsculas, coitados, e o máximo que conseguirão é continuar a amestrar a si mesmos e a uns poucos amestrandos... Ah, mas há os Mestres maiúsculos, que nunca dependeram de diplomas e continuarão a dar motivos para que outros queiram aprender. Vários deles dão aulas também em escolas.
Mas eu falava de jornalismo. E Jornalismo maiúsculo, parece-me que é feito primeiro da busca e a seguir da divulgação da verdade. Que diferença faz saber as 20 melhores maneiras de divulgar informação quando o sujeito não se interessa pela verdade ou não é capaz de buscá-la? Curiosidade, sede de justiça e verdade, capacidade de compreendê-las, coragem de revelá-las e brigar por elas não se aprende na escola. Lá se pode aprender a prática com mais método e eficiência. A escola é para o jornalista, mas o jornalista não o é só depois da escola.
Li alguns comentários sobre este assunto onde comparavam jornalista a dentista, para argumentar o quanto é importante o diploma. Já perdi e tive seriamente prejudicados alguns dentes por incompetência, negligência e má fé de dentistas, três dentistas, dois homens e uma mulher, em tempos diferentes, todos os três formados em odontologia. Já fiz também tratamento com dentista “prático” (não formado), que não prejudicou meu sorriso. Eu era bem novo e ele era bem velho. Atualmente, prefiro que dentistas tenham diploma mesmo. Dizem que amigos são os dentes... Principalmente dos dentistas, digo eu. Para o Jornalista, em jota maior, a verdade é a grande amiga e mulher amada. O diploma é só a carteira de motorista, que ele precisa caso queira levá-la a passear de carro.
Quando eu leio uma notícia, eu não me pergunto se quem a escreveu tem diploma. Eu me pergunto se o que está escrito ali é verdade, ou mostra uma bela vista dela. E sempre me pergunto isto porque muitos jornalistas usam a nossa sede, a nossa necessidade de verdade e justiça, para nos empurrar batalhões de mentiras. E isto nada tem a ver com eles terem diploma ou não.
Escrevi este comentário sobre o tema do dia a pedido do Hélio Paz e inspirado também por outros comentários lidos por aí, entre os quais destaco os de Tiago Jucá Oliveira, Nei Duclós, Celso Lungaretti e aqueles relacionados por Idelber Avelar. Neste assunto, Fausto Wolff foi minha Escola. Ele nunca tirou carteira de motorista. Levava sua amada a passear de táxi, de ônibus, a pé...
Muitos mestres agora ficarão ainda mais em minúsculas, coitados, e o máximo que conseguirão é continuar a amestrar a si mesmos e a uns poucos amestrandos... Ah, mas há os Mestres maiúsculos, que nunca dependeram de diplomas e continuarão a dar motivos para que outros queiram aprender. Vários deles dão aulas também em escolas.
Mas eu falava de jornalismo. E Jornalismo maiúsculo, parece-me que é feito primeiro da busca e a seguir da divulgação da verdade. Que diferença faz saber as 20 melhores maneiras de divulgar informação quando o sujeito não se interessa pela verdade ou não é capaz de buscá-la? Curiosidade, sede de justiça e verdade, capacidade de compreendê-las, coragem de revelá-las e brigar por elas não se aprende na escola. Lá se pode aprender a prática com mais método e eficiência. A escola é para o jornalista, mas o jornalista não o é só depois da escola.
Li alguns comentários sobre este assunto onde comparavam jornalista a dentista, para argumentar o quanto é importante o diploma. Já perdi e tive seriamente prejudicados alguns dentes por incompetência, negligência e má fé de dentistas, três dentistas, dois homens e uma mulher, em tempos diferentes, todos os três formados em odontologia. Já fiz também tratamento com dentista “prático” (não formado), que não prejudicou meu sorriso. Eu era bem novo e ele era bem velho. Atualmente, prefiro que dentistas tenham diploma mesmo. Dizem que amigos são os dentes... Principalmente dos dentistas, digo eu. Para o Jornalista, em jota maior, a verdade é a grande amiga e mulher amada. O diploma é só a carteira de motorista, que ele precisa caso queira levá-la a passear de carro.
Quando eu leio uma notícia, eu não me pergunto se quem a escreveu tem diploma. Eu me pergunto se o que está escrito ali é verdade, ou mostra uma bela vista dela. E sempre me pergunto isto porque muitos jornalistas usam a nossa sede, a nossa necessidade de verdade e justiça, para nos empurrar batalhões de mentiras. E isto nada tem a ver com eles terem diploma ou não.
Escrevi este comentário sobre o tema do dia a pedido do Hélio Paz e inspirado também por outros comentários lidos por aí, entre os quais destaco os de Tiago Jucá Oliveira, Nei Duclós, Celso Lungaretti e aqueles relacionados por Idelber Avelar. Neste assunto, Fausto Wolff foi minha Escola. Ele nunca tirou carteira de motorista. Levava sua amada a passear de táxi, de ônibus, a pé...
Atualização das 15 horas: nem todos os textos indicados acima são favoráveis ao fim da obrigatoriedade do diploma. Aqui vão mais duas indicações da pesada, com todo o impacto da liberdade de expressão de quem fala o que sabe, neste caso desde o ventre cerebral da universidade: Wladimir Ungaretti e Ivana Bentes.
Comentários
Não é necessário ser jornalista para uma pessoa escrever sobre certos assuntos. Aliás, um bacharel de direito pode escrever melhor sobre uma polêmica decisão de um tribunal do que um jornalista que pouco entende processo. Impedir que outras pessoas possam escrever na mídia é defender o interesse da mediocridade corporativa. As pessoas não têm razão apenas porque elas são representantes dos sindicatos de trabalhadores. Muitas vezes os sindicatos defendem os interesses dos seus próprios umbigos que não os interesses coletivos. E viva as manifestações no Irã.
abz, Jucá
Desculpem-me pela palavra de baixo calão, mas eu quero que a decisão do STF se Foda… No Jornalismo, mais do que em qualquer outra profissão… o diferencial somos nós mesmos.
Temos N argumentos para ver que essa decisão é uma verdadeira palhaçada. Um exemplo para Gilmar Mendes. Eu mesmo poderia ser um Advogado. Basta que eu seja um bom contador de histórias, mentiroso e que saiba decorar e manipular a fraca legislação brasileira. Advogados defendem estupradores, assassinos de crianças… tudo pelo dinheiro.
Amo a profissão que escolhi, mas temo no que isso pode se tornar.
Sendo bem radical, mas nem um pouco exagerado, consigo enxergar a Maya e o Raj apresentando o Jornal Nacional, afinal a Globo e os grandes veículos estão sorrindo com a novidade.
Se não exigem diploma para presidente, por que exigir para jornalista?
Caro comanheiros!!
vezzan bemm…
sem mais
Ficarei sem profissão de destaque.
Oh! Céus...
Abrs!
Abração!
Mendes e sua turma conseguiram apatifar por completo a profissão. Agora, em cada boteco um luminar da imprensa; em cada esquina um Prêmio Esso em potencial. Ética, lastro literário, conhecimento de regras e técnicas? Besteira, não precisa nada disto. Qualquer 1 faz esta merda.
"Dizem alguns que só assim teremos menos jornalistas amestrados." Será? O que impede que Globo, Abril, RBS e quejandos promovam "cursos" próprios e formem jornalistas à sua imagem e semelhança deformada? Com o orgulho dos néscios, o país deu um passo atrás. O baronato midiático agradece (e paga também, como prova o noticiário francamente favorável ao Imperador Mendes). A elite brasileira é criminosa e nojenta. Porém, nem todos aldeões percebem.
Um abraço.
Em todas as atividades as pessoas têm que submeter-se em algum nível à vontade de outras pessoas, a algo inerente ao sistema e ao exercício da atividade, ainda que em circunstâncias diferentes. Nesses momentos elas não têm autonomia sobre seus narizes. Assim um empregado pode ser mais dono do seu nariz que um empreendedor, e vice-versa.
E sobre a tua frase seguinte: "Mas o vivente dono de seu nariz também pode muito bem trabalhar numa grande empresa de mídia."
Como disse antes, a autonomia dos narizes é relativa, a muitos fatores, alguns imponderáveis, mas há uma tendência, e é a de que ao alçar-se mais alto na pirâmide social, o sujeito não torna-se mais dono do seu nariz, mas mais dono dos narizes dos outros, que estão abaixo. Isto lhe dá uma grande sensação de ser mais dono do seu nariz. Uma sensação equivocada, na minha opinião. A menos que, como tem-se visto com frequência inaudita, principalmente no atual governo do estado do RS, por um exemplo, na grande mídia, por outro, o(a) sujeito(a) esteja se lixando para o destino dos portadores dos narizes que estão sob sua influência ou comando.
ºgº
Abraço!
Um abraço!
Abraço!
Belo texto de novo, Jean. Gostei.