Suprema pilantragem, e rasteira também

Ricaços latifundiários, oligarcas midiáticos e supremos pilantras querem livrar o seu rico, MAS BOTA RICO NISSO, dinheirão fácil e constante, jogando as broncas nas costas da babona (de baba ovo) e burra classe média (burra porque inconsciente de classe, isto é, inconsciente de si e do mundo em que vive), fazendo-a apoiar e mobilizar-se pela manutenção, ampliação e garantias para suas (deles) FAZENDAS.

Supremos pilantras latifundiários querem acabar com o MST que, extinto ou enfraquecido, deixaria de representar risco para a sua opulência fazendária e iria desaguar seus integrantes presentes e futuros onde?
Justificar- Nas grandes cidades, é óbvio.
Inchando a imensa gama de insegurança e problemas sociais para quem?
- Para a classe média essa, que vive nas grandes cidades, é igualmente óbvio.
É essa classe média, inconsciente de quem é, de onde vive e da prejudicada situação em que se encontra, que apóia 'discursos flácidos para acalentar bovinos" (como diz meu amigo Guilem) vindos da suprema pilantragem.

Óbvio é também que não seria a classe média a mais prejudicada (ou AS classes médias, para quem gosta de estratos bem detalhados e cercas). Mais prejudicadas seriam as classes G, F e E, como sempre que acontece qualquer mudança na sociedade (exceto o governo do sindicalista). Mas essas classes não são contrárias ao MST. Não optam livremente pelo próprio infortúnio.

Já os indivíduos das classes D, C e B, invariavelmente sonham de olhos fechados chegar à classe A - e estão sempre de olhos fechados, posto que emprestam suas orelhas às soporíferas conversas para muares, veiculadas todo o tempo em rádios e TVs dos pilantropos. Como vivem no surrealismo de ascensão à suprema classe A , desprezam a classe a que pertencem e têm ojeriza, medo e consequentemente ódio dos indivíduos das classes pecuniárias abaixo da sua. Mal sabem eles (isto é, não sabem) que os indivíduos da classe A sentem por eles o mesmo que eles sentem pelos outros. E é também por isto, por nojo medo e ódio de todos que não vivem no luxuoso topo, que a classe A (onde aninham-se os latifundiários terrestres, midiáticos, financeiros e judiciários) quer destruir o MST e jogar os restos nas costas das classes médias e baixas.

Comentários

Leio no Diário Gauche de hoje que o MST tem 1.400 famílias acampadas no RS. O número é pequeno dentro de um contexto maior. Não é difícil assentar 1.400 famílias,sobretudo porque existem zilhões de fazendeiros querendo fazer o mesmo negócio que o Southall fez com o Guilherme Cassell, vendendo a terra a um bom preço ao governo federal. Mas a esquerda gaúcha que perdeu seu timing e não consegue cativar o povo do RS com seu discurso anacrônico, não quer saber nada disso. Ela quer confronto, quer saber mesmo de luta de classes, acha ilusório apostar na convergência, no consenso etc. 99% das pessoas querem ascender socialmente, querem fazer parte de uma classe média que esquerda gaúcha chama de mérdia. Aliás, esse foi o grande erro de Marx não ter vilsumbrado a ascensão dessa classe dominante que é a classe média. E por isso o ódio e a ojeriza de parte da esquerda diante da classe média. A esquerda só vai conseguir recuperar o seu timing quando conseguir superar seus antiquados e conservadores dogmas. Mas quando isso ocorrerá? Quando é que, afinal, a esquerda vai se revolucionar?
Jean Scharlau disse…
Maia, o Pacificador, depois de pelear diuturnamente nos blogues pela paz no Rio Grande agora quer pacificar a luta de classes e ensinar o manual de etiqueta "como fazer amigos e influenciar pessoas" do PRBS à esquerda.

Caro Maia, o Pacificador, não te preocupes mais, podes te aposentar ou sair em Licença para tratar de assuntos particulares, pois tua causa está ganha. Acompanhe meu raciocínio: Como reza a sabedoria ancestral, quando um não quer dois não brigam. O teu lado, agora que a Yeda não processou e nem vai processar o PSOL, já mostrou que não quer brigar. Assim teremos paz no Rio Grande.

Quanto à pacificação da luta de classes, bem... Pode ser a tua nova causa, caso queiras te manter ativo no teu cargo.
Anônimo disse…
HUAHUAHUAHUAHUAHU!!!! Pacificar a luta de classes, classe média dominante....HUAUAUHUAHUAA!!! Este cara é hilário...eu adoro os comentários dele.
Acho que devíamos contratá-lo para nos entreter.
Um abração, Maia! Nós te adoramos.
Anônimo disse…
O Governo Rigotto foi a paz enfiada goela abaixo de um povo omisso e covarde. E hoje os gaudérios tem de engolir um governo sobre o qual pairam suspeitas de acobertar assassinos. Não era pra ser assim, mas parece que a lógica exige que alguém invada, que alguém exploda, que alguém tente mudar com a cara esta imagem de estado frouxo. O Governo Yeda tem a cara do Rio Grande. E ela se reelegerá ou elegerá o sucessor pois tem a aceitação da maioria dos que preferem a paz, assim como o finado Cavalcanti. Guerra, confronto, são coisas dos pobres, dos miseráveis, das pessoas do mal. E eles vão continuar invadindo. Num lugar, os invasores são chamados de sem terra, de baderneiros. Aqui na cidade nós chamamos os invasores de ladrões, de marginais. E por aqui eles matam. E vão continuar matando. E as Yedas e Rigottos vão continuar governando. Se a esquerda não ficar enchendo o saco, tudo estará em paz. Como sempre. A propósito, o PT é de esquerda?
Fernando Paim
Na Espanha ocorreu até uma guerra civil entre direita e esquerda. E a Espanha fez um pacto social e se evolui econômica e socialmente. O mesmo aconteceu com o Chile da concertación e até mesmo com Portugal a partir da revolução dos cravos. A agenda do consenso não é irreal, conforme disse o superficial Raul Pont. O RS não vai impor uma nova agenda apenas porque o MST conta com 1.400 famílias morando em barracos pretos. Não é difícil assentar 1.400 famílias se o governo optar em fazer o que fez em São Gabriel. Mas esse tipo de ato que demonstra consenso, repito, não interessa a esquerda anacrônica gaúcha que aposta todas suas fichas no discurso furado de um discurso mofado do século XIX e que na prática nunca deu certo em lugar nenhum. Irreal, Sr. Raul Pont, são os dogmas que o senhor defende.
Jens disse…
"Bandeira branca, amor, eu quero paz/ pela saudade que me invade eu quero paz". Mas só depois de mandar toda a canalha atrás das grades. Sempre que a coisa aperta para o lado deles (a direita) surge a chorumela sobre pacificação do RS. Balela! Basta o PT ganhar a próxima eleição e veremos quem são os senhores da guerra.
Um abraço.
Anônimo disse…
Jean,

Essa é uma das poucas vezes em que, parcialmente, concordo com o Maia: a esquerda gaúcha é muito arcaica e nunca mais irá voltar ao poder caso não se recicle. Os novos líderes do PT não são de esquerda e os velhos caciques são o retrato da baba do boi cansado, além de estarem defasados em relação ao mundo pós-moderno.

Os movimentos sociais tem minha defesa quase total e irrestrita em quase todas as questões nas quais estão envolvidos, sobretudo no tocante à reforma agrária, à saúde, à educação, ao esporte e à arte (infelizmente, os dois últimos quesitos são vitais para uma sociedade mais justa e são pouco valorizados).

Todavia, mesmo que a Constituição considere legal desconstruir o uso NÃO-social da terra, considero as invasões uma forma de pressão tão inócua quanto uma greve qualquer.

O que tu e os teus comentadores acham disso?

http://heliopaz.wordpress.com/2009/03/09/mst-via-campesina-ensinem-os-favelados-a-plantar-na-cidade/

[]'s,
Hélio
Jean Scharlau disse…
Hélio, acho que o tal mundo pós-moderno tem pouca coisa que preste a oferecer, portanto estar defasado em relação a esse, na maior parte das vezes pode configurar mérito.

Do meu ponto de vista o que detonou e detona a esquerda é a opção pela "flexibilização" pós-moderna-pragmática em detrimento de princípios "arcaicos" feita por grande parte dela.

Greves e ocupações podem ser inócuas ou imprescindíveis, dependendo de circunstâncias. Para citar exemplos próximos do universo onde atuas, as ocupações das reitorias, pelos estudantes da UNB, USP e UNICAMP foram formas importantes e bem sucedidas de conquistar respeito e garantir o cumprimento de direitos e deveres.

Assim também as ocupações promovidas pelo MST trazem à pauta e pressionam efetivamente a sociedade em direção à reforma agrária.

Eu assisti o teu vídeo e cocordo contigo em que o ideal seria uma maior integração, ou ao menos uma maior aproximação, com a população urbana, através da mídia alternativa e também do contato direto, de forma mais simpática e não somente através de protestos e reivindicações. Isto tem sido tentado pelo MST, como feito recentemente na festa da Abertura da Colheita do Arroz Ecológico da Grande Região de Porto Alegre, cujo convite divulguei neste blog. E esta festa, promotora dessa integração, não foi a primeira feita pelo MST.

Pequenas hortas nos exíguos cantinhos de terrenos urbanos não resolveriam o problema alimentar das famílias que neles residem. É claro que um alfacezinho e um tomatinho sem agrotóxico é bom e até pode ajudar a economizar um pouquinho na hora do almoço, uma couve pode enriquecer a sopa das crianças, mas não porá arroz, feijão e carne na mesa. São pouquíssimas também as pessoas que teriam interesse e se disporiam a plantar no quintal de casa. É uma característica cultural.

Acho que seria interessante sim que o MST interagisse com associações de bairro, por exemplo, para colocar seus produtos, originários de assentamentos, nos mercadinhos, armazéns e feiras da periferia e mesmo nos bairros de classe média (nas várias feiras que temos aos sábados aqui em POA, por exemplo).

Abraço!
Jean