Já não há espaço que chame para correr.
Em compensação há vastidão
Para a captura das lentes.
Havia, há tempos, aquela expectativa certeza
De que o tempo juntos seria melhor que o tempo,
Melhor que cada um de nós,
O junto nos multiplicaria
Todo o muito melhor que tempo - o nós diversificado.
Houve uma época em que se costumava olhar o céu,
Sonhar nas nuvens, cantar estrelas.
Hoje mal reconheço a Lua.
A ferro e frio aprendemos nossa escravidão
Nos tornamos especialistas e então
Virtuoses
E já nem mais escutamos as vozes
Que perguntavam o que há pra lá das correntes.
Hoje chamamos o barulho das correntes de música!
E a curva sombreada do elo, arte plástica.
As correntes, além de frio e ferro,
Nos enredam nessa estética
- Estétrica, és tétrica, tétrica.
Houve tempo em que nos parávamos sempre sujeitos.
Hoje, mesmo gramaticalmente,
É difícil passarmos de objetos.
Criminosos, ou passivas vítimas - objetos, abjetos
- Eis os papéis disponíveis
No teatro sem variedades
Forjado sob medida para cabeças de escravos.
Deita-te, amiga, e sonha.
No sonho ainda podes ser livre
E ao livrar-te, o sonho
Quem sabe enfim despertas
E reinventas a história?
Ou, ao menos, me inspiras um outro, melhor poema...
Em compensação há vastidão
Para a captura das lentes.
Havia, há tempos, aquela expectativa certeza
De que o tempo juntos seria melhor que o tempo,
Melhor que cada um de nós,
O junto nos multiplicaria
Todo o muito melhor que tempo - o nós diversificado.
Houve uma época em que se costumava olhar o céu,
Sonhar nas nuvens, cantar estrelas.
Hoje mal reconheço a Lua.
A ferro e frio aprendemos nossa escravidão
Nos tornamos especialistas e então
Virtuoses
E já nem mais escutamos as vozes
Que perguntavam o que há pra lá das correntes.
Hoje chamamos o barulho das correntes de música!
E a curva sombreada do elo, arte plástica.
As correntes, além de frio e ferro,
Nos enredam nessa estética
- Estétrica, és tétrica, tétrica.
Houve tempo em que nos parávamos sempre sujeitos.
Hoje, mesmo gramaticalmente,
É difícil passarmos de objetos.
Criminosos, ou passivas vítimas - objetos, abjetos
- Eis os papéis disponíveis
No teatro sem variedades
Forjado sob medida para cabeças de escravos.
Deita-te, amiga, e sonha.
No sonho ainda podes ser livre
E ao livrar-te, o sonho
Quem sabe enfim despertas
E reinventas a história?
Ou, ao menos, me inspiras um outro, melhor poema...
Comentários
Abraço!
Belo e dolorido, muito sofrido esse poema que é amenizado no final com um vislumbre brilho nos lábios de um sorriso, que só a eterna esperança é capaz de produzir.
Pelo menos foi o que senti.
Abração