Macaco velho na Árvore da vida

O macaco aqui acha que já não mete a mão em qualquer cumbuca. Isto porque se criou em Sapucaia do Sul, que é um município da Grande Porto Alegre e sapucaia é a árvore que produz cumbuca. Num sábado desses o macaco foi ao cinema, na Casa de Cultura Mario Quintana, e postou-se confortavelmente diante desse filme com nome de Árvore da vida. O macaco não gostou daquela árvore. Ele acha que o velhinho que a plantou estava perplexo com a perspectiva e ocupado com o entendimento da própria morte – são ocupações dignas e necessárias para as pessoas a partir dos 45 anos de idade, talvez até antes, mas a forma como ele a mostrou é que desagradou o símio.

O macaco achou-a uma árvore triste e enfadonha, com poucos galhos e folhas, um tipo de eucalipto, mas com tronco e galhos finos, que não suportariam seu peso em manobras e saltos – até um cochilo ele tirou enquanto a árvore era mostrada por aqui e por ali. Saiu do cinema achando que o velhinho ficou tão impressionado com mensagens em power point recebidas pela Internet que resolveu fazer algo semelhante em um veículo que ele manja e que, por ser cotado no meio, conseguiu dinheiro, atores famosos e competentes, bons técnicos e a coisa toda foi ficando grandiloq... comprida. Tem umas cenas bonitas, evocativas da tenra infância, que fizeram o macaco lembrar de quando aprendia e brincava em sua Sapucaia. No mais foi uma sucessão de bocejos e ajeitar-se na cadeira que não dava boa posição para puxar uma torinha.
A imensa sequência de imagens-clichê tipo PPS não veio acompanhada das mensagens costumeiras, mas de perguntas possivelmente suscitadas por elas. Um nome mais adequado para o filme, considerando aquele dado pelo autor, talvez fosse 'A árvore da outra vida'. Como, porém, macac@s amig@s gostaram do filme, estas podem ser só impressões de um que precisa urgentemente evoluir.

Comentários

Guilem disse…
Taí, gostei disso que o macaco velho esse escreveu!
Que ele não meta a mão em qualquer cumbuca veio, entre outras coisas lembrar-me de que me custou uma bola e parte da outra, explicar para os suecos o que quer dizer "macaco velho não mete a mão em cumbuca". Os ásperos descendentes dos ferozes vikings, não queriam compreender porque macaco velho não mete a mão em cumbuca.
Se eu tivesse encontrado o macaco velho de Sapucaia, antes dessa improfícua discussão, poderia explicar que o que macaco velho não mete, é a mão em qualquer cumbuca. Teria sido mais fácil!
Infinitamente mais adequada ao Walhalla e à conquista de uma ou outra Walkiria despistada.

Aí está, no Walhalla, o Fausto Wolff que não me deixa mentir...

Aramis
"Fernando Monteiro – McEwan é um escritor bem interessante. O Jardim de Cimento e Reparação são ótimos. Já Franzen é um engodo, faz uma falsa literatura profunda, comparável ao filme A Árvore da Vida. Tristeza não é necessariamente profundidade, tristeza pode ser apenas enfadonha. Tão enfadonha quanto a tuiteratura de Marcelino Freire."
anareis disse…
Querida(o) amiga(o). Estou fazendo uma Campanha de doações pra ajudar os jovens rapazes que estão internados no Centro de Recuperação de Dependentes Químicos onde meu filho está interno também.Lá tem jovens que chegam só com a roupa do corpo,abandonados pela família. Eles precisam de tudo:roupas masculinas,calçados,sabonetes,toalhas,pasta de dentes,escovas de dentes,de um freezer, Roupas de cama,alimentos. O centro de recuperação sobrevive de doações,são mais de 300 homens internos.Eles merecem uma chance. Quem puder me ajudar pode doar qualquer quantia no Banco do Brasil agência 1257-2 Conta 32882-0