7 anos, 7 de setembro

Escondido na cama sob o covil de cobertas bem vedadas, ouço pela janela duplamente fechada, avançando e crescendo lá da rua (que estava bem silenciosa neste feriado da independência), iluminando o quarto escuro do meu imaginário, uma algazarra de vozes infantis – límpida, buliçosa, sem cuidados tonais nem outonais, animada como água de arroio descendo a serra – a própria imagem de uma delícia de primavera.

Logo passa a fanfarra das vozes iniciantes e a alegria do dia as acompanha. A memória desse inesperado e triunfante desfile aquece as poucas sobras desta manhã, e sou grato por ter estado tão perto e poder juntá-las.

Às vezes acho que ainda é só por causa das crianças que Deus continua girando e girando este mundo.

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