Até as baratas estão desaparecendo.

Sei que poucos sentirão falta, mas vejam que era a espécie tida como uma das pouquíssimas aptas a sobreviver a uma guerra nuclear. Por outro lado talvez seja só folclore. Bom, mas o que me interessa agora, quando fazemos pouco do perigo nuclear e já outras ameaças nos atormentam de mais perto e cotidianamente, é saber o que será que está fazendo diminuir a população de baratas? Será porque comem os pingos das frituras feitas em óleo da soja transgênica, ou será pelo acúmulo de agrotóxicos e outros venenos nos restos da nossa comida? Talvez seja a superexposição às eletromagnéticas antenas de celular e wireless. O fato é que as baratas, como as abelhas, estão sumindo. Sei que é inverno, época em que se escondem do frio e seus ovos não eclodem, mas já no verão passado notou-se a ausência e as poucas que se viu estavam meio tontas. Sei também que muita gente migrou da classe E para a D, daí para a C, da C para a B, o que melhorou a higiene e aumentou a quantidade de Rodox e Detefon no ar, mas a quantidade de lixo também aumentou. Mistério, portanto, o sumiço das baratas.

Os cucarachas também.

Está diminuindo o número dessa espécie nos países ricos. Em vários deles o afluxo diminuiu para a metade. Em parte porque melhorou o tratamento dispensado a esses animais racionais em seus próprios países e em outra parte porque piorou nos países ricos, pelo quê cada vez menos batem asas e poucos voam para o exterior a procura de trabalho.

No Brasil cucarachas executivos estão em alta.

Principalmente se tiverem passado alguns anos na Petrobras. As outras petroleiras chegam a pagar 19 milhões de reais ao ano de “salário” para um único executivo, segundo reportagem que assisti no bom jornal da TV Educativa. Aparentemente a ideia é premiar regiamente os que saibam entregar a rapadura submarina. Já os cucarachas sem teto, sem terra e sem rapadura continuam sendo exterminados nas ruas, mas controladamente, só alguns por dia, para evitar-se a extinção.

A presidenta do Brasil quer que o Estado encontre cucarachas, desta vez para protegê-los, mas os prefeitos não conseguem achá-los, já que treinaram a vida toda para não vê-los nem ouvi-los. Depois deste inverno muitos cucarachas jamais poderão ser encontrados, mesmo por quem nunca treinou para não vê-los.

Imoral da história – Não inveja a mim nem ao prefeito por não vermos baratas e cucarachas. Treina!

Comentários

Anônimo disse…
Caro amigo, Cucarachia!
Apesar da pesquisa, que imagino ter feito, no meu prédio a estatistica é outra. Estão se proliferando em alta escala.
O que fazer?
Será que estão migrando para Sapuca?
Cruz quedo!
To te esperando.
Ane Brasil disse…
Honestamente, meu bruxo, las cucarachas literais não me fazem nenhuma falta.
Com relação a las cucarachas como nosotros, estamos sim em vias de extermínio.
Se de um lado não é mais interessante migrar para o norte, as coisas no sul também se mostram difíceis.
Acho que as mais resistentes cucarachas somos nós, que insistimos em viver - e até acreditar em mudanças.
Sorte e saúde pra todos!
Rodrigo Cardia disse…
No meu prédio também elas têm aparecido é em maior número, e parecem cada vez mais resistentes a inseticidas...
Jean Scharlau disse…
Car@s amig@s, quem não gosta de baratas, as originais, por perto, pode usar ácido bórico. Elas odeiam, ou temem, ácido bórico. Onde tiver ácido bórico elas não estão. É baratinho, compra-se em farmácias de manipulação. É em pó, branco, tipo bicarbonato de sódio. Com farinha de trigo e água, usando luvas, faz-se bolinhas do tamanho de confetis e espalha-se pela casa. É o método mais saudável e eficiente que conheço para evitá-las.
Abraços.
VERA disse…
Valeu a dica!
Vc tem razão! As poucas q aparecereceram, já estão semi-mortas!!!
Fernando Monteiro disse…
Caro Jean,bem oportuna sua análise sobre as baratas,também notei a drástica diminuição delas e as poucas que vi no verão,estavam tontas facilitando seu exterminio.Estranho e muito o fato pois um inseto pré-histórico que sobreviveu à tantos desastres.....por isso acredito assim como você que algo muito sério esta ocorrendo e que no momento nos escapa.....
Jean Scharlau disse…
Pois é, caríssimo Fernando Monteiro, talvez haja uma relação com a nossa percepção do tempo ou com a velocidade do próprio. Mas isto é só mais uma incipiente especulação possivelmente ficcional. Abraço!