FASE: Respostas a um tal de Sr. Maia, que deve ser o pseudônimo da Yeda

Por Julio Pacheco, nos blogues Diário Gauche e Jornalismo B

Senhor Maia, ou será Maiajama?? Creio que o Sr. tem amplo conhecimento e vivência na causa do menor. Eu, só vivi 50 anos junto aos menores, no SESME, DEPAS, FEBEM e FASE. Como já disse anteriormente, meus pais trabalharam toda a vida dedicando-se à causa do menor e realmente, chamar de medieval o trabalho realizado por eles é uma ofensa grave a todos os funcionários e pessoas que se dedicam ao menor sem interesse monetário ou pessoal. Medieval é a atitude de personas como você, meros fantoches, que bradam em favor de uma venda casada e que em seu cerne guardam o ranço perigoso da espoliação dos cofres públicos à custa do sangue e dos impostos da plebe porto alegrense. Vejo uma preocupação grande com os 700 menores infratores que, sem dúvida, têm direitos inalienáveis. Porém, não vejo ninguém falar nos 4.000 adolescentes e crianças que vivem nas vilas, que não são infratores, que vivem em situação de miséria e mesmo assim não matam, não roubam. Porque você, que se diz tão preocupado com os menores em geral, não vai a Vila e ao invés de atacar a doença, procura acabar com a causa. Essas pessoas, quando não tiverem mais casas, ou como abrigar seus filhos, certamente procurarão a FASE, alimentando o ciclo vicioso de pobreza e paternidade do Estado. Quatro anos teve este governo Escandaloso para fazer algo pelos menores e nada fez. Uma foto que me chamou a atenção foi a da Governadora, encastelada em sua casa, defendendo com unhas e dentes sua moradia para que os professores do CPERS não a invadissem. Se a Desgovernadora tem o direito de defender sua mansão mal explicada, porque os pobres moradores das vilas do Morro Santa Tereza não têm?? Nós, o povo, vamos banir a Desgovernadora Yeda da vida pública e ela será no futuro, apenas uma nota de rodapé de alguma repartição e nem para síndica de prédio (com todo o respeito aos síndicos), ela se elegerá mais.

... Mais umas coisinhas que são pertinentes. Procure na mídia quando foi o último deslizamento de encosta, desmoronamento, morro desabando, casas alagadas, etc. que aconteceu no Morro Santa Tereza. Você não vai achar, porque nunca aconteceu. Mas as vilas estão lá já faz 70 anos. Porém, edifícios como o famoso escadinha da Rua Monroe, e que está na encosta do morro, nunca é citado. Se formos comparar com Santa Catarina e Búzios ou Rio de Janeiro, tanto os barracos quanto as mansões foram abaixo quando dos mau humores da natureza. Mas ninguém lembra dos apartamentos com piscina privativa e vista para o Guaíba, somente dos barracos. Ninguém fala dos condomínios fechados que se projetam para fora do morro, qual palafitas de ricos, como poleiros de concreto eles também não estão em áreas de risco? Como moro aqui por 50 anos, nasci de parteira na casa onde moro até hoje, quero lhe contar algo que não sabe. Há uma pedreira abandonada na encosta do morro, dentro da fase, de onde, durante muitos anos foram retiradas imensas pedras na década de 60 e 70. O Morro Santa Tereza é de granito, formado há 300 milhões de anos, originado de rochas que se fundiram sob pressão e calor intensos no interior da terra e depois emergiram, elevando-se à altura de montanhas. E, lembre-se, dentro de 7 meses a Senhora Yeda será relegada ao esquecimento, ou, lembrada apenas porque mais um escândalo foi descoberto no apagar das luzes de um dos mais tristes e incompetentes governos que os pobres gaúchos já tiveram.

Julio Pacheco.

Comentários

Eu não disse que o trabalho realizado pela FASE é medieval, a estrutura montada na FASE, na Av. Padre Cacique é que é medieval, é arcaica. Por que motivos, os juízes da vara da infância e juventude de Porto Alegre, o MP são a favor da descentralização? Exatamente por isso, porque não há condições de centralizar ali a estrutura da FASE na região metropolitana. E isso deve ser feito imediatamente.

A comunidade que lá está instalada de forma totalmente irregular em local público deve ser assentada em outro local com dignidade e melhor qualidade de vida, como aconteceu com a comunidade que havia onde hoje está o Shopping Barra, ou como atualmente ocorre com a que está localizada perto da pista do Salgado Filho. Não estou a defender e nunca defendi que simplesmente essa comunidade seja despejada, isso seria absurdo. Muito pelo contrário, defendo que eles residam em lugar mais seguro, digno e mais qualidade de vida. E esse fator social que é muito complicado está embutido no preço do empreendimento, fazendo baixar o valor de mercado, porque o risco é muito grande.

A ação civil pública que o MP ingressou contra o Estado e a Fase visa exatamente desocupar as àreas de risco. E lá existe sim área de risco, tanto que o ilustre vereador Adeli Sell, um dos mais arejados do PT, reconheceu essa condição em recente debate na TV Com.

Por fim, não votei na Yeda no primeiro turno e não vou votar na Yeda, no primeiro turno dessas eleições. Em meu Blog existem diversas críticas ao modo que Yeda governa o Estado.

E não defendo nenhuma construtora ou grupo de mídia. Quero apenas, com cidadão de Porto Alegre, que naquele local nobre da cidade sejam construídas boas residências para que a nossa emergente classe média possa adquirir (com seu próprio dinheiro) apartamentos em boa localização, fazendo valorizar aquela região.

E as áreas de preservação devem se manter intocadas.
Jens disse…
Não sou adepto da surra de relho. Mas esta valeu.
Jean Scharlau disse…
Então tá, Maia, se são boas as tuas intenções, me diz aí: - e o preço? Achas que não pode mesmo ser o de mercado? Achas que tem que ser mesmo só na base do escambo irrisório, altamente subsidiado?
O preço tem de ser o de mercado, Scharlau, mas o preço da venda tem de levar em conta os riscos do negócio, a área de proteção ambiental, o assentamento em local digno da comunidade ali instalada e, também, o risco político. O que importa é que o Estado do RS vai poder descentralizar a FASE, construir novas sedes em diversos locais no Estado e sem gastar um tostão. O próprio Adeli Sell, na entrevista da TV com, concorda com a venda apenas da área onde hoje está instalada a FASE (retirando da venda a área de preservação e da comunidade). Eu acho que o estado tem de vender toda a área para que lá se construa um bairro classe média e a população de Porto Alegre possa circular naquele local e ter melhor qualidade de vida.