Bastardos inglórios

Ontem assisti esse filme, o piorzinho do Quentin Tarantino, o cara que melhor faz história em quadrinhos em vídeo, lá em Hollyblood. Debochado desfile de superestereótipos-clichês, com a costumeira naturalidade cara-de-pau dos personagens-aberrações (coisa típica das HQ). 

Desta vez o desfile bizarro é em uma passarela francesa ocupada pelos nazistas. A AMÉRICA  então exporta um grupo guerrilheiro composto por dez super-judeus comandados por um tenente judeu descendente de super índios americanos. O Hitler bobalhão (tipo sargento Schultz ) treme e gagueja de raiva e medo desse pequeno grupo que apavora o exército alemão por matar com tacos de baseball e tirar os escalpos dos defuntos. Pois é.

É o besteirol ketchup-pimenta-mostarda, tipo revista em quadrinhos e filmes Hollyblood. Coisa para capitalizar corações adolescentes, com a liberação da hiper energia represada, através do canal da estética violenta-estilosa-engraçadinha. Energia esta que é drenada diretamente dos cérebros infantes (e outros nem tanto) mas tudo bem.

A ideia básica dos heróis tarantinos é a de que os mais fracos e mais gente boa vencem os mais fortes e podres, no campo mesmo em que os mais fortes e podres são mais fortes – a violência.

Tarantino faz seus heróis aniquilarem hordas de vampiros, pistoleiros, lutadores marciais e agora, nazistas. É como um menino que lê uma história de terror e resolve reagir recontando a história de forma que as antigas vítimas, com as quais ele simpatiza, vençam todas as paradas, na porrada mesmo. De certa forma isso é uma piada. E nela está uma parte da graça de seus filmes.

Há livros que geram filmes. Os filmes de Tarantino nasceram de uma coleção de HQ, filmes B e aqueles livrinhos em papel jornal que são vendidos em bancas de revistas. Mas ganharam roupas de luxo e a sofisticação do papai, que tem prazer em fazer os convidados rirem da obtusa mamãe, que ele tanto ama.

Comentários

Jens disse…
Em Tarantino, o moleque predado subsiste. Gostei de Bastardos Inglórios, a vingança.
Um abraço.
Anônimo disse…
tambem achei uma droga de filme...beira o grotesco, sem pe nem cabeça...