Zero Hora, um jornal positivo e desenvolvimentista

Scharlau, não sei por que chamas a Zero Hora de Panfletão do Sirotsky.

Zero Hora é um jornal que pretende fazer gostar do sucesso, da prosperidade e das pessoas prósperas que fazem sucesso. Que mal há nisso?

Claro, amar o sucesso e os bem sucedidos implica odiar o fracasso e evitar os fracassados. Não só isso, mas também implica compromisso de salvaguardar a boa sociedade dessas mazelas, dessas doenças, desses cânceres sociais que são a pobreza e os pobres, a ignorância e os ignorantes, a trouxice e os trouxas, o fracasso e os fracassados. No Rio Grande do Sul, essas doenças são bem representadas pelo PT, pelo MST e outras organizações da escória marginal. Sim, faz-se necessário que Zero Hora assuma eventualmente posições que podem até, vez que outra, parecer excessivamente duras, mas não o são. Quando se almeja uma pirâmide social ideal, há que se considerar que, para dar sustentação efetiva a um ápice luminoso e dourado que represente e oriente para a poderosa prosperidade só se pode admitir como base dessa pirâmide ideal o que os conformistas chamam de classe média. Ora, o que está abaixo dessa classe é completamente indesejável e só não totalmente desprezível por ser potencialmente e efetivamente prejudicial. Percebendo a perniciosidade dessas camadas sub basilares da pirâmide social ideal, é que os proprietários de Zero Hora criaram o Diário Gaúcho, que serve para evitar a prejudicial fermentação do mosto dessa escória subjacente e a mantém estável como argila (ainda que não cheire tão bem).

Acertou o jornal Zero Hora em mostrar na capa em recente edição as repugnantes ações e organização desse substrato fedorento em um de seus ajuntamentos, o MST, e o quanto pretendem destruir a pirâmide social ideal, o que certamente fariam, não fosse a firme resistência da base, a classe "média", bem informada pelos órgãos de comunicação do ápice iluminado, como ZH.

Inclusive enviei hoje ao bravo jornal a seguinte carta:

Modestamente, como leitor e apreciador do vosso importante veículo de informação privilegiada, gostaria de sugerir pauta para uma matéria visando flexibilizar um pouco a linha editorial de ZH que assim angariaria simpatia para os potencialmente emergentes, indivíduos que por seu esforço pessoal e alguma inteligência poderiam livrar-se das cadeias das sub classes e ascender a posições elevadas dentro da pirâmide dos deuses astronautas gaúchos.

Deveria, na minha opinião, ser feita uma grande matéria sobre uma senhora, papeleira e catadora, que com muito esforço e solidária ajuda de seus pares conseguiu sair do podre mundo dos párias e alçar-se aos píncaros da glória, não só a si, mas a todos os que com ela batalharam. Claro que foi fundamental para esse sucesso a ajuda, não só do jornal Zero Hora, mas também a de outros veículos do grupo de elite da comunicação do RbS. Estou falando de Dona Yeda, papeleira que, catando um pouco aqui, um pouco ali, com muita ajuda, solidariedade produtiva e apoio bem investido, recebendo uma esmola aqui, uma doação ali, dinheirinho que não estava sendo usado acolá, conseguiu comprar uma casa de UM MILHÃO E MEIO! Emocionados com tamanho empenho e para não obstar o saudável sentimento, confiança e iniciativa da senhora e seu grupo de apoiadores, representantes do poder público condescenderam no registro da casa por valor bem menor, o que significou uma gorda esmola, ou doação, ou incentivo, como preferirem, em impostos. Impulsionada por todos esses apoios e incentivos e pela casa nova, a anteriormente pobre senhora conquistou não só o respeito de toda a sociedade ideal, mas um importante cargo administrativo nessa mesma sociedade.

É assim que se faz! Isso precisa ser divulgado, para que mais e mais sigam o exemplo. E também para que não seja esquecido o papel fundamental de Zero Hora, Rádio Gaúcha, Farroupilha, RbS TV e TVCome nesta pequena mas importante história de sucesso.

Atenciosamente,
Carlo Buzzatti

Comentários

Jens disse…
Hehehe, duca. A ironia, quando bem feita, é um petardo.
joice disse…
hehehe. muito boa essa, caro Jean!