A via Crusius dos gaúchos começou com Rigotto

[...] "Até 2003, o Detran do Rio Grande do Sul realizava os exames práticos e teóricos de direção por meio de um contrato com a Fundação Carlos Chagas (FCC). Ao assumir o governo do estado Germano Rigotto nomeou como secretário de Segurança Pública o deputado federal José Otávio Germano, do PP, a quem o Detran ficou subordinado. O secretário Germano não abriu nova licitação e encerrou o contrato com a FCC. Nomeou, então, para o cargo de presidente do Detran um aliado, Carlos Ubiratan dos Santos, e para diretor-financeiro do órgão, Hermínio Gomes Junior. Ambos decidiram contratar, em caráter emergencial, a Fatec, embora houvesse tempo hábil para licitar o processo. Mais tarde, a Fundação acabou contratada sem licitação e tornou-se um quartel-general onde se planejavam os desvios de dinheiro e a distribuição de propinas entre os participantes das fraudes. " [...]

Leia a excepcional (de exceção mesmo) reportagem da revista Carta Capital e entenda um dos maiores golpes nos gaúchos por ladrões que se instalaram dentro do Palácio Piratini com o apoio e a guarda das grandes empresas de mídia (que bem sabemos quais são no RS), sempre competentíssimas em vendar os olhos e tapar os ouvidos dos seus leitores, ouvintes e telespectadores, com um monte de besteiras, abobrinhas e mentiras, para viabilizar e facilitar as rapinagens de seus sócios-aliados: apadrinhados quando em campanha, patrocinadores - com dinheiro público, na forma de verbas publicitárias - logo após eleitos.

A reportagem informa que o presidente da CPI-DETRAN, deputado Fabiano Pereira (PT) apresentou a plenário, por duas vezes, proposta de prorrogação dos trabalhos da Comissão, "sem os quais não será dada conseqüência às denúncias do Detran". Nas duas vezes teve as propostas rejeitadas, pois a maioria dos deputados membros da Comissão está com a governadora (alguns podem estar bem próximos dos envolvidos - e os envolvidos e a governadora querem que a CPI acabe ontem). Leia a excelente (e também excepcional) reportagem na Carta Capital. Depois assine a petição pela continuidade da CPI, aqui.

Eugênio Neves retrata os preparativos de La Crusius de los Gauchos e um de seus servis deputados infiltrados na CPI:

Comentários

Anônimo disse…
Crime e Castigo

Jackson Lago, governador do Maranhão: peculato e corrupção passiva (três vezes).

Teotônio Vilela Filho, governador de Alagoas: idem.

Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia: desvio de recursos (três vezes); gestão fraudulenta; corrupção ativa; corrupção passiva (duas vezes).

Zuleido Veras, dono da Gautama: peculato (três vezes); corrupção ativa (103 vezes); fraude a licitação.

José Reynaldo Tavares, ex-governador do Maranhão: peculato, corrupção passiva (seis vezes); falsidade ideológica.

Roberto Figueiredo Guimarães, ex-presidente do Banco Regional de Brasília (BRB): corrupção passiva.

Ivo Almeida Costa, ex-assessor de Silas Rondeau: corrupção passiva.

Alexandre Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior (Paulo Lago): sobrinhos do governador Jackson Lago.

PENAS PREVISTAS

Formação de quadrilha (artigo 288 do Código Penal) – Reclusão de um a três anos

Peculato (art. 312 do CP)- Reclusão de dois a 12 anos.

Corrupção ativa (art.333 do CP)- Idem.

Corrupção passiva (art.317 do CP)- Idem.

Falsidade ideológica (art. 299 do CP)- Reclusão de um a cinco anos.

Desvio de recursos (art.20 da Lei 7.492/86)- Reclusão de dois a seis anos.

Gestão fraudulenta (artigo 4º da Lei 7.492/86) – Reclusão de três a 12 anos.

Fraude a licitação (artigos 90 e 96 da Lei 8.666/93- Detenção de dois a seis anos.

[ 14/05/2008 ] 02:01
http://jbonline.terra.com.br/editorias/pais/papel/2008/05/14/pais20080514010.html