Globalização diminui espaço/tempo vivencial para a pequena aldeia

Pelo lado pessoal a globalização traz mais privacidade para quem não é 'global'. Passamos, todos os não 'globais', cada vez mais para dentro do anonimato desfrutado nas megalópoles. Grande parte da atenção que antes dávamos aos que vivem no mesmo bairro, cidade, região, estado, hoje é dividida com populações e pessoas de outros lugares. Somos informados da noitada de um jogador de futebol do Rio de Janeiro porque ele 'é global' e a atenção que nos toma essa informação substitui o espaço, o tempo, os biobits que seriam muito mais saudavelmente, na minha opinião, ocupados por informações ligadas a pessoas mais próximas (com quem as possibilidades de interação são maiores). A globalização é também, por estes motivos, politicamente desagregadora e, portanto, fragiliza ainda mais os indivíduos diante de um 'sistema' cada vez mais gigantesco e impessoal.

Comentários

Segundo os relatórios da CIA, globalização existe desde o gênesis. Os portugueses e espanhóis implementaram esse fenômeno. nos séculos XV e XVI que ganhou pulso com essa geringonça chamada internet. Em fevereiro de 1815, Luiz XVIII levou duas semanas para saber que Napoleão havia fugido da ilha de Elba. E quando soube dessa notícia o imperador já estava montado em seu cavalo branco perto de Marselha, rumo a Paris. O mundo mudou e a CIA também.
Regina Ramão disse…
Prefiro permanecer co anonimato a ter a vida desvastada por paparazis.

Mas como necessito me adaptar, pois sou um ser político, comento no teu blog, mesmo sem te conhecer pessoalmente. E isto é bom, meu velho amigo internauta.

Não matei a sudade dos bons tempos em que a celebridade da hora era o garoto da rua que viajara até São Paulo ou a menina que havia debutado tendo como acompanhante um cadete da Brigada. Mas quem liga pra isso?

Abraço
Jens disse…
Paradoxo: quando mais é facilitada nossa comunicação virtual com outras aldeias, mais solitários nos tornamos no interior da nossa oca.