O poder, quando começa a ser desacreditado tem que se fazer façanhudo.

O poder do cartel de empresários que dominam a mídia, por exemplo, que vem resvalando ladeira do descrédito abaixo, planejou uma ação de emergência para segurar-se: inventou uma epidemia de febre amarela, um balão de ensaio para mostrar ao governo e a quem mais lhe interesse aquilo de que ainda é capaz, coisa que, tendo funcionado, o valoriza para outras barganhas com esses poderes, aquelas barganhas que realmente lhe interessam e traduzem-se invariavelmente em R$ e mais poder.

É tudo tão sacana, é tudo tão repetitivo, é tudo tão simples... que o que mais me entedia e desespera é que foi a classe auto dita bem informada, auto pretendida formadora de opinião a que fez filas e filas em aeroportos para tomar vacina contra a febre do ensaio midiático. Ora direis: "são assinates de Veja e Folha, são os que compram o programa BBB na TV por assinatura, são os que olham novelas e programas sobre futebol". Certo, perderam o senso, deveriam ter sido vacinados quando crianças e, dói admitir, agora é tarde para eles. Média e mídia têm uma relação perniciosa, doentia, viciosa, da qual nenhuma das duas pode, nem quer, livrar-se.