Cidadãos de primeira, segunda, terceira...

Sou contra modos diferentes de tratar os iguais. Trabalhadores são trabalhadores e as relações de trabalho deveriam estar sujeitas a um único tratamento para cada categoria genérica. O ideal seria que a uniformização se desse por cima, o que obviamente é impossível na maior parte dos casos - vide salários e mordomias dos servidores dos poderes legislativos e judiciários, principalmente - então é preciso, mas é preciso mesmo, é causa que voto digna e prioritária, que se nivele pela média - os que têm mais devem perder, os que têm menos devem ganhar (direitos a poder - salário, confortos, garantias, etc.). Entre os iguais há que se preferir o meio termo e quem tem mais é privilegiado, quem tem menos é prejudicado.

Então há partes de uma mesma categoria que fazem greve como quem tira férias, sim, porque têm todas as garantias, e isso configura privilégio em relação àqueles da mesma catiguria (o mesmo tipo de serviço) que não podem sequer pensar alto essa possibilidade pois seriam perseguidos e demitidos pra já - estes são os prejudicados. Considerar separadamente os direitos de uns e outros, por conta de "conquistas" parciais, parece-me que é perverter o direito de todos.

E ao escrever trabalhadores não estou me referindo só aos assalariados, mas aos que exercem a atividade trabalho, no caso mais específico, trabalho similar - incluo aí os empresários, onde também há os privilegiados e os prejudicados, há a mesma perversão.

Foram estes meus comentários a texto publicado pelo Cristóvão, no Diário Gauche, onde ele critica a posição de Lula quanto a alguns privilegiados (segundo o que eu disse acima) em relação ao direito de greve.

Comentários

Anônimo disse…
Caro Jean:
Creio que ficou esquecida uma categoria de certa forma “importante”: o fura-greve. Essa troika não faz greve, fala mal de quem faz, e ainda recebe todas as vantagens eventualmente obtidas pelo movimento.
Mesmo respeitando o “nível de consciência” de cada um, é bastante difícil de conviver com eles…
Abcs.
Anônimo disse…
Caro Jean, creioesse é um dos temas importantes de ser debatido neste momento (assim como a questão da redução dos juros, da reforma política, dos investimentos sociais etc.).
Abraço,
Júlio Garcia
http://jc-garcia.zip.net
Jens disse…
Concordo contigo, Jean. Fiz várias greves, me arriscando a perder o emprego e não recebendo salário (nem sempre ganhamos).
Esse negócio de ficar três meses em "greve", recebendo salário e com garantia no emprego, não existe. É férias.
Fazer greve no INSS, no Ibama, no Minc, é moleza. Queria ver esses "combativos" encarando um Bradesco da vida.
Radicalizar com salário em dia e estabilidade no emprego é fácil.