Ever, ever more

Para Cristóvão, Eugênio, Cláudia, Marco, Katarina, Santiago, Leandro, Cássio, Zé Alfredo, César, Regina, Jens, Marcelo, Nair, Araken, João Paulo I e II, Hélio, Eduardo, Kayser, Iagê, Mardem, Carlos, Marconi, Pirata, Halen, 65, Biruta, Licurgo, Roy, Bier, Joice, Luciano, Maria, Guilem, Maurício, Júlio, Guga, Azenha, Têmis, Hudson, Daniel , Glória, João, Adriano, Blogmasters, Fausto, Edu, Carapuça, Gilmar, Fernando, Toni, Moacy, Daniel, Elmar, Patrícia, Kátia, Mutley, Cláudio, Claudinei, Ivson, Everi, Miguel, Nika, Mão Branca, Sílvio, Adelaide, Fortuna, Carlo, Luíz, Fábio, Ione, Márcia, Nilton, Urariano, Marcos, Aline, Daliana, Roberto, Adriana e outros muitos, e muitas outras.

Cristóvão, tua recomendação faz a este meu texto o que o pássaro ancestral fez pelo poema do velho Edgar, que nos põe a contemplar com assombro a imensa desolação que se abate sobre nossa espera. Nos campos devastados de minha queimada alma comunal, porém, vicejam aqui e ali, sob o que pareciam cinzas somente, carvão e fumegante halo espectral, algumas verdes hastes, brotos recém rompendo a escuridão. O murmúrio que fazem, estourando cinza, terra, carvão, em busca de sua elevada, apenas sonhada direção, com uma fé absoluta, que perdoa todas as ilusões, toca aos meus ouvidos, mais do que a qualquer outro sentido, um som avesso, definitivamente não afinado àquele gutural, e por demais definitivo, vindo lá do alto umbral, saído da rubra negra, rascante goela da ave ancestral. Ao olhar tão enegrecida e enevoada extensão, queimadura ardida para todos os lados e sentidos, no que antes foi uma verde e perfumada terra, onde os doces frutos da quimera brotavam em nossas bocas e amadureciam em nossas mãos, vem-me, devagarinho, o som de um samba-canção...

“Quem quebrou meu violão, de estimação / Foi ela... / Quem fez do meu coração, seu barracão / Foi ela... / E depois me abandono-o-ou / Minha ca(u)sa se des-povo-ou... / Quem me fez tão infeliz, só porque quis / Foi ela... / Foi um sonho que findo-o-ou / Um romance que acabo-o-ou / Quem fingiu gostar de mim, até o fim / Foi ela... “

Sim, é triste a letra, mas essa tristeza, se não é mais bela que a do solitário poema ancestral, é menos má, menos mortalmente nos fere, pois do alto de sua janela, no umbral de tudo que se vê lá fora, não nos diz “never more”. Se não temos mais àquela, que enfim nos causou tanta dor, temos agora, vindo pelo mesmo caminho que traçaram nossos pés, nos ares, o amor que nos veio com ela. E sobre o solitário e para sempre desventurado personagem do velho Edgar Nunca Mais, levamos uma vantagem inaudita, inesperada, que por graça, mais que nos justifica - nos salva, e nos permite que em meio a tanta tristeza e lutas, não sejamos definitivamente tristes: - pois muito mais que um, somos uma cambada de batutas!

Francisco Alves - Foi Ela (Ary Barroso) - TV Scharlau.

Comentários

Anônimo disse…
Um agradecimento muito bonito, Jean. Aguardo a sua visita em http://urarianoms.blog.uol.com.br/
Abraço do litoral de Pernambuco.
Regina Ramão disse…
Jean:

Triste e lindo!
:-*

Re
Anônimo disse…
Poesia cortada em prosa.

Muito bem sr Jean! Voltarei sempre que puder a esses espaço.

Conde MOAI
apoenicos.zip.net
Marconi Leal disse…
Somos todos batutas. Menos o Jens. O Jens é um devasso de má índole.
Marconi Leal disse…
Somos todos batutas. Menos o Jens. O Jens é um calhorda.
Marconi Leal disse…
Somos todos batutas. Menos o Jens. O Jens é um enrgúmeno.
Anônimo disse…
Valeu, meu chapa!
Bah, JeanScha...
Muito legal. Valeu mesmo! Somos todos batutas (mas tu é mais!)
Menos o Jens! Hehe!!
Anônimo disse…
Valeu grande Jean.
Somos todos batutas e bagual dos bons (daqueles que não se entregam assim no más..).
Menos o Marconi Leal, que, sabemos todos, é br...
Ah, deixa pra lá.
Um abraço.
Anônimo disse…
mas barbicacho! que lindo tchê! um abraço pro amigo!