O personagem é muito mais fácil. Ser é complicado e instável. Personagem é tranqüilo e sereno - sempre igual, não se altera, não duvida de si, não muda. O personagem é o personagem. O ser muitas vezes confronta-se com não ser, com não saber ser ou não ser, com ser em excesso. O personagem não - o personagem só o é em excesso quando isso faz parte do personagem - o excesso jamais o surpreende - aliás, o personagem jamais se surpreende com qualquer coisa, realmente. Para o personagem nada É realmente - tudo foi arranjado ali à sua volta, em si, no seu campo de visão e interesse, por quem o criou. O criador do personagem não é necessariamente um ser, pode ser outro personagem, ou mesmo uma máquina, dada a natureza do personagem. O ser não pode ser definido, muito menos compreendido, pelo personagem. O personagem só sabe do que lhe é dado saber, não aprende por si mesmo. Quem tem capacidade de aprender é o ser. O personagem repete - o personagem é feito de script. O ser tem em si algo que nunca chega a compreender e raramente alcança, e que por tentativa chama de alma, vontade, inteligência, essência, espírito. O personagem, ao qual fosse dada a característica (aparente) de sentir, pareceria sentir inveja do ser.
Jean Scharlau, em uma tentativa de alguma resposta a algo disto e mais um pouco.
Jean Scharlau, em uma tentativa de alguma resposta a algo disto e mais um pouco.
Comentários
Vi que haviam umas 8 visitas ao meu blog vindas daqui hoje. Pensei: "Caramba! O que é que o Jean tanto procura aqui?". Vim ver e...
Obrigado pelo link e parabéns pelo seu "ser".
Abração!!!
Um abraço.
Valeu pela visita lá no refúgio.
Abraço.