No artigo “A mídia é pré-histórica, a esquerda é pré-midiática” (recomendo lê-lo primeiro para bem compreender este), eu achei importante e apontei alguns de nossos erros na prioritária área da COMUNICAÇÃO, no que recebi já precioso auxílio de colegas que publicam na internet (Adelaide Amorim, Claudia Cardoso, Hélio Sassen Paz e Marco Weissheimer). Mas achei, e acho, que mais importante ainda é não ficarmos nisto. Assim eu mostrei com um milhão de As mais Bes como a CUT poderia ter comprado as rádios e a TV Guaíba, em vez de a Igreja Universal tê-lo feito. Mais importante ainda que isto, demonstrei, penso eu, que é possível fazer semelhante no futuro - o presente que nos resta, para esculpir, modelar, viver. Ou então sofrer de novo. Nessa nossa sociedade mercantilizada todas as coisas e, tem-se visto, muitas pessoas, têm preço e estão para o negócio, inclusive - comprovou-se isto agora de novo – as emissoras de rádio e televisão.
Por envolver 100 milhões de reais, 1 milhão de pessoas e uma grande empresa de mídia, muitos podem ter duvidado das possibilidades plenas dos meus cálculos e da realização do potencial projeto, pensando de mim coisas de que só eu mesmo ouso me acusar nos meus piores momentos de auto crítica. Pela boa vontade de outros mais gentis pensamentos resolvi seguir adiante e apresentar-lhes mais elucubrações calculistas e calculáveis, porém em menor escala e desembarcadas do ônibus que vai ao Bairro das Críticas, o Ora Veja, e já sentado à janela do coletivo que vai ao Centro, o VAMOS LÁ! Para mim, o que pega valor nesta nossa conversa é a PROPOSTA, ou AS PROPOSTAS, que vêm a ser resultado pretendido dessas críticas.
Vocês, mais velhos (em ser guria ou guri), assim como eu, devem lembrar do Coojornal, que era um jornal publicado por uma cooperativa de jornalistas. Sim, existiu mesmo! Não é elucubração de net-escrevinha-sonhador. Pois bem, para satisfazer os independentes e aqueles 50 ali no fundo que torceram o nariz para a perspectiva de uma empresa de mídia sindical, sugiro pensarmos também (de novo, por que não?) uma cooperativa de jornalistas, com o objetivo principal de adquiri e gerir, não mídia impressa, que está em franca decadência, mas UMA RÁDIO. Começo com UMA rádio nosso cálculo. Ela não precisa estar sediada em Porto Alegre, pode ser em Canoas, São Leopoldo, Cachoeirinha. Alguém de vocês aí tem idéia de qual seria o preço de uma rádio, pequena para começar?
Como eu não sei, vou partir de um valor hipotético, que não sei sequer se é alto ou baixo: R$ 1 milhão! Batemos o martelo em 1 milhão? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Vendida! À Cooperativa dos Jornalistas por 1 milhão de reais a Rádio Igrejinha (só pra fazer um contrapontinho inicial à nova Rádio Igrejona). Sonhador! Explorador do surrealismo idealista! Já ouço alguns entes cruéis e chicoteadores bradando e estalando o mango no cano das botas, escondidos nas brumas da minha psique.
VAMOS LÁ! Se 1.000 jornalistas poupassem, em mãos de sua cooperativa, 1 mil reais cada um, em média, não teria essa cooperativa a soma de 1 milhão? Hein? Será que é tão difícil assim que mil jornalistas poupem essa quantia? Quantos formam-se todos os anos nas faculdades e gastam muito mais que isso anualmente para formar-se? Quantos desses não topariam poupar esses MIL REAIS, resgatáveis em, digamos, três anos, corrigidos pela poupança? Quantos poderiam assim estagiar na rádio, que poderia exercer também funções de rádio escola, inserida no mercado, porém com o perfil que os cooperados lhe dessem? As doces e belas opções começam a levantar-se diante do inconsciente coletivo e a desmascarar e vaiar os cruéis chicoteadores...
Mas e ANTES de comprarmos a Rádio Livre, ou a Rádio Gente, como faríamos para garantir a resgatabilidade dos bônus corrigidos pela poupança? Ora, é simples, basta depositar os valores em conta poupança...
Bem, não vou me estender mais agora, que estão me chamando para o serviço. Confio a seqüência do papo ao vosso imaginário e às vossas teclas, caros freqüentadores deste blogteco, e peço que aqueles que tiverem paciência comentem aqui, acrescentando, ou discordando e criticando o que bem lhes aprouver. Grato aos que chegaram ao final deste texto e eu saio estrategicamente pela esquerda, escapando por ora de vossos tomates e eventuais flores.
Suba neste palco.
Por envolver 100 milhões de reais, 1 milhão de pessoas e uma grande empresa de mídia, muitos podem ter duvidado das possibilidades plenas dos meus cálculos e da realização do potencial projeto, pensando de mim coisas de que só eu mesmo ouso me acusar nos meus piores momentos de auto crítica. Pela boa vontade de outros mais gentis pensamentos resolvi seguir adiante e apresentar-lhes mais elucubrações calculistas e calculáveis, porém em menor escala e desembarcadas do ônibus que vai ao Bairro das Críticas, o Ora Veja, e já sentado à janela do coletivo que vai ao Centro, o VAMOS LÁ! Para mim, o que pega valor nesta nossa conversa é a PROPOSTA, ou AS PROPOSTAS, que vêm a ser resultado pretendido dessas críticas.
Vocês, mais velhos (em ser guria ou guri), assim como eu, devem lembrar do Coojornal, que era um jornal publicado por uma cooperativa de jornalistas. Sim, existiu mesmo! Não é elucubração de net-escrevinha-sonhador. Pois bem, para satisfazer os independentes e aqueles 50 ali no fundo que torceram o nariz para a perspectiva de uma empresa de mídia sindical, sugiro pensarmos também (de novo, por que não?) uma cooperativa de jornalistas, com o objetivo principal de adquiri e gerir, não mídia impressa, que está em franca decadência, mas UMA RÁDIO. Começo com UMA rádio nosso cálculo. Ela não precisa estar sediada em Porto Alegre, pode ser em Canoas, São Leopoldo, Cachoeirinha. Alguém de vocês aí tem idéia de qual seria o preço de uma rádio, pequena para começar?
Como eu não sei, vou partir de um valor hipotético, que não sei sequer se é alto ou baixo: R$ 1 milhão! Batemos o martelo em 1 milhão? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Vendida! À Cooperativa dos Jornalistas por 1 milhão de reais a Rádio Igrejinha (só pra fazer um contrapontinho inicial à nova Rádio Igrejona). Sonhador! Explorador do surrealismo idealista! Já ouço alguns entes cruéis e chicoteadores bradando e estalando o mango no cano das botas, escondidos nas brumas da minha psique.
VAMOS LÁ! Se 1.000 jornalistas poupassem, em mãos de sua cooperativa, 1 mil reais cada um, em média, não teria essa cooperativa a soma de 1 milhão? Hein? Será que é tão difícil assim que mil jornalistas poupem essa quantia? Quantos formam-se todos os anos nas faculdades e gastam muito mais que isso anualmente para formar-se? Quantos desses não topariam poupar esses MIL REAIS, resgatáveis em, digamos, três anos, corrigidos pela poupança? Quantos poderiam assim estagiar na rádio, que poderia exercer também funções de rádio escola, inserida no mercado, porém com o perfil que os cooperados lhe dessem? As doces e belas opções começam a levantar-se diante do inconsciente coletivo e a desmascarar e vaiar os cruéis chicoteadores...
Mas e ANTES de comprarmos a Rádio Livre, ou a Rádio Gente, como faríamos para garantir a resgatabilidade dos bônus corrigidos pela poupança? Ora, é simples, basta depositar os valores em conta poupança...
Bem, não vou me estender mais agora, que estão me chamando para o serviço. Confio a seqüência do papo ao vosso imaginário e às vossas teclas, caros freqüentadores deste blogteco, e peço que aqueles que tiverem paciência comentem aqui, acrescentando, ou discordando e criticando o que bem lhes aprouver. Grato aos que chegaram ao final deste texto e eu saio estrategicamente pela esquerda, escapando por ora de vossos tomates e eventuais flores.
Suba neste palco.
Comentários
Mas aí começam os problemas: mil jornalistas sócios, quantos publicam (ou narram neste caso?...)? E é preciso apresentar diploma para falar, ou escrever? E será que um jornal impresso é mesmo uma mídia decadente? E rádio não? A questão aqui é: qual seria mais viável economicamente? E este jornal receberia publicidade? Ou teria que se sustentar com doações regulares de cooperativados? Ou ainda com recursos do Ministério da Cultura?
Huummmm... são tantas questões...
Mas dá para encarar. Já deste o primeiro chute. Agora é ver se a bola irá para frente...
Quanto ao funcionamento da rádio, quando nascer (posso dizer isso de olhos fechados, pois enxerga-se bem assim no campo do imaginário)eu pergunto: não estamos exatamente agora trabalhando em graça e gratuitamente aqui, pagando inclusive os insumos para fazê-lo? Somos milhares escrevendo e publicando, e aprendendo diariamente a usar as ferramentas necessárias, para que alguém, ao menos uma pessoa, que está sentada em frente a outro computador nos leia. Há pouco olhei lá n'O Lobo e vi que o texto que escrevi tinha sido aberto 190 vezes (oba!) mas e se fosse uma rádio? Quantos será que escutam aquela xaropada da Band News, ou a xaropada da Gaúcha? Quem não se disporia a trabalhar de graça, veiculando pela rádio seu trabalho, o mesmo tempo que trabalhs de graça hoje, veiculando pela internet?
Quanto a serem mil sócios, pensei mais em serem mil INVESTIDORES em uma IDÉIA (ou 2 mil, 3 mil) e livre a participação para fazê-la acontecer, como ocorre num clube, que tem milhares de sócios, mas uma diretoria que é eleita e composta de sócios que queiram tocar o barco por um tempo. Acho que o legal mesmo era se tudo fosse como ocorre aqui na internet - sem correr dinheiro, COM TRABALHO VOLUNTÁRIO, e com os LUCROS, advindos de ANUNCIANTES, servindo para o custeio (água, luz, telefone, manutenção-aquisição de equipamentos, limpeza, recompra de bônus e o saldo positivo,se houver, ficaria para aumentar o fundo para compra de outra rádio).
Veja que já estou imaginando a criança chutando pela primeira vez uma bola. Para chegar até lá o que é preciso? Primeiro 1 - Reunir pessoas dispostas a POUPAR para INVESTIR nesta IDÉIA (talvez umbanco tope abrir várias contas poupança vinculadas a uma única conta). Primeiro 2 - Saber quanto é mesmo que SERIA o preço de venda de uma rádio.
O meu computador está sendo requisitado. Volto depois. Sigam o papo aí, façam de conta que estão em casa.
Quanto à experiência do Coojornal, deixo a cargo do Eugênio, que trabalhou como ilustrador na época. Posso adiantar, que as coisas não são tão simples assim, mas tb não são impossíveis, penso eu, já que estamos em outros tempos. Abraço!
É curioso que eu ia dizer que talvez desse para perguntar ao Weissheimer como era a estrutura de custos da Carta Maior, e como estes custos eram cobertos... Aí o próprio Weissheimer informa que ela vai mal das pernas. Era um modelo passível de ser seguido... :(
Por outro lado tu inventaste a TV Scharlau. Além da subscrição, tu poderia encaixar teus "videocasts" aqui no blog. Além disto poderias criar "podcasts" (isto é, arquivos de áudio com notícias ou comentários) e encaixá-los por aqui.
E penso que a estrutura de uma rádio como conhecemos hoje em dia seja cara. Além disso, especulo se não seria algo de capital intensivo, ou seja, precisar de um monte de dinheiro para manter.
E não esqueçamos que o debate sobre o rádio digital já começou. E com o Sr. Hélio Costa como Ministro das Comunicações, é provável que tudo seja feito pela manutenção do "statu quo".
O sucesso que fizeram as TVs Câmara e Senado nos episódios 2005/2006!
Concordo contigo Jean, há algo de muito pequeno no pensamento da esquerda em relação à mídia, nem falei das "novas" mídias...