Ler é mais tentador que escrever.

Exceto quando precisamos manifestar algo que nos surpreende, sabemos necessário ou belo e que não temos ouvido por aí.

Assim, por ora, limito-me a sugerir boas leituras para hoje ou amanhã.
1 - Hélio Fernandes, retornando de uma virose, que pela primeira vez em 50 anos o afastou por dois dias do trabalho, nos oferece um texto magistral sobre dois extremos da humanidade: Galbraith e Garotinho.

2 - "Apenas 16% dos eleitores recordam-se do mensalão, apenas 20% dos brasileiros conhecem a norma da verticalização" (pesquisa CNT/Sensus). O artigo que recomendo dá uma vista panorâmica, desta conseqüência para as suas causas, em uma ampla mirada, com olhos de gavião mouro.

3 - Um porto alegrense de Ipanema, falando da cidade lá pelo final da década de 60, e das lições que o ensinaram a ser.

4 - Duas boas notícias. O posicionamento de Lula em relação à Bolívia e a prisão pela polícia federal de um criminoso ex-deputado e sua gangue. Publico as duas nos comentários 1 e 2, abaixo.

PS - Hoje, na TVE, às 22:30, OLÍVIO DUTRA, no programa Frente a frente.

Comentários

Jean Scharlau disse…
Lula: uma nação não pode impor sua soberania a outra.

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, em discurso de 34 minutos na abertura da XVI Reunião Regional Americana, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que haja uma crise entre o Brasil e Bolívia, depois na nacionalização do gás natural e do petróleo decretada pelo governo boliviano.

Ele ressaltou que reconhecer direitos do "povo sofrido boliviano", não significa negar direitos das empresas brasileiras. "Não existe crise, mas um ajuste necessário de um povo sofrido que tem direito de reivindicar maior poder sobre sua maior riqueza", afirmou.

Ele fez referências à guerra travada pelos Estados Unidos no Iraque, a pretexto do uso de armas potentes pelo regime de Saddam Hussein. "Não vamos descobrir arma qualquer na Bolívia para justificar uma guerra", afirmou o presidente, sob aplausos de delegados de países das Américas. "O que não pode é uma nação impor sua soberania a outra", acrescentou.

No discurso de improviso, Lula se exaltou ao falar da relação "tranqüila" com a Argentina, lembrando que em outros tempos o país vizinho chegou a pensar em jogar "uma bomba atômica no Brasil", com medo de que a obra da usina hidrelétrica de Itaipu estivesse sendo construída por militares brasileiros para inundar Buenos Aires. "(a relação entre Brasil e Argentina) não é política de empresários, de diplomatas e sindicatos. É política de Estado", ressaltou.

"É com esse jogo de cintura que vamos consolidar o processo democrático na América Latina", destacou. Lula disse esperar que no encontro de hoje, com os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Argentina, Néstor Kirchner e da Venezuela, Hugo Chávez, em Puerto Iguazu "todos nós vamos nos acertar".

O presidente disse que a sua política de governo não prega o imperialismo brasileiro na América do Sul, que teria ocorrido no passado e que muitas vezes as divergências que aparecem ocorrem porque nações da região estão vivendo novos estágios nas suas relações internas e externas. "Até as disputas políticas que nós temos ocorrem porque a América Latina é um continente politicamente em formação."

Ele reclamou que certas vezes presidentes sul-americanos gastam tempo para discutir problemas de 200 anos atrás. "Nós somos a geração de governantes que tem de pensar no século 22 e não no século 19 ou 18." Lula disse também que a disputa entre Uruguai e Argentina, por causa da instalação de indústria de celulose em território uruguaio, o incomoda. Mas, segundo o presidente a chamada "crise da papeleira" deve ser solucionada pelos dois países vizinhos. Recentemente o presidente uruguaio Tabaré Vasquez declarou que pediria a intermediação do presidente brasileiro nessa questão.

Na opinião do presidente, o povo latino-americano não pode perder a esperança de consolidar a democracia na região e parte dos problemas dos países na área ocorre por "mediocridades locais". Ele ressaltou que apesar da aproximação dos países da América Latina, a relação de países como Estados Unidos, China, Índia e Europa "é extraordinária".
Governo

Lula ressaltou no discurso pontos positivos do seu governo, na área econômica e do trabalho. Ele rebateu críticas da oposição e disse que em 39 meses de governo a média de aumento de emprego foi 10 vezes superior à registrada nos oito anos do governo que o antecedeu. Segundo o presidente, a década de 80 no Brasil foi perdida e a de 90, do governo Fernando Henrique Cardoso, foi de estagnação. "Durante 10 anos não fizeram outra coisa senão desmontar o aparato dos Estados, privatizando e não colocando nada no lugar".

Ele voltou a dizer que não é possível um crescimento econômico por meio de mágica. "Procurei uma fada para convocá-la como ministra, mas não encontrei." Lula disse que conta com pessoas capazes em sua equipe e dirigindo-se aos delegados latino-americanos, disse que a solução para problemas do Brasil e da América Latina não depende do presidente ser de esquerda ou de direita, mas ter humanidade.

Tribuna da Imprensa - 04/5/2006.
Jean Scharlau disse…
11:26 04/05, atualizada às 13:04 04/05

Redação portal IG com agências

A Polícia Federal prendeu nesta manhã o ex-deputado Ronivon Santiago, no Acre, e mais 45 pessoas em Brasília ao deflagrar a Operação Sanguessuga, que capturou acusados de crimes contra a ordem tributária, formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção ativa e passiva na compra de ambulâncias para prefeituras.

A operação atua também em Mato Grosso, Rio de Janeiro e Amapá. Entre os presos estão servidores públicos e assessores parlamentares. Segundo a assessoria de imprensa da PF, há mais prisões para serem executadas, inclusive a de outro ex-deputado, cujo nome não foi divulgado. No total, a operação tem o objetivo de cumprir 70 mandados de prisão e realizar busca e apreensão no Acre, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Amapá e Distrito Federal.

O ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) compareceu, há pouco, à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Ele seria um dos procurados pela Operação Sanguessuga, deflagrada na manhã de hoje em quatro estados e no Distrito Federal. Ele chegou em carro próprio, acompanhado por um advogado.

Entre os detidos estão os empresários Marco Antonio Lopes - que atuava na ligação com prefeituras para favorecer empresas em licitações para a compra de ambulâncias - e Darcy José Verdoin, dono da empresa Planan, que comercializa unidades móveis de saúde em Cuiabá. Além deles, estão implicados por participação no esquema servidores públicos e assessores parlamentares, acusados de crimes contra a ordem tributária, formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção ativa e passiva. Os detidos em Brasília foram levados para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal.

Para cumprir os mandados de prisão, foram escaladas 70 equipes da PF. Em Brasília, cem policiais foram divididos em 22 equipes. A Polícia Federal pode cumprir os mandados de prisão em qualquer estado.

Segundo a investigação, o esquema começava no Congresso Nacional, durante votação de emendas parlamentares ao Orçamento da União. O então deputado Ronivon Santiago, do Acre, apresentava uma emenda para a liberação de recursos para a compra de ambulâncias no Mato Grosso.
Anônimo disse…
Maravilhoso o texto de Hélio Fernandes. Valeu a dica.
Roy Frenkiel disse…
Boas dicas mesmo, Jean, mas eu tenho uma pergunta, meio que íntima (riso) quanto sua postura. Nos tempos em que estive no Brasil me informei como pude, e formei uma opinião parecida com a das pessoas que eu lia (i.e Pasquim 21, depois o Monblaat, Carta Capital, por um tempo até a Caros Amigos, mas depois desisti pelo bias esquerdista gritante a la Fox News floridiana), e hoje em dia, quando leio seu blog me indago sobre sua postura em relação ao atual governo. Objetivamente, ao seu ver, uma re-eleição seria uma boa opção para o Brasil, por exemplo? Bolívia, Argentina e falácias lulíticas a parte... Pergunto sem sacanagem, hem, para poder ter uma idéia melhor, pode me responder via imêiu se quiser.

Quanto à prisão, boas notícias que eu também já ouvi muito enquanto frequentava a imprensa ‘underground’ brasileira, em que prender a PF prende, mas depois, quem é que solta mesmo?

Ah, Jean, sei lá, hem, dizem que o pessimista é o otimista com experiência, mas nem me leve a mal, hehe.

Abrax!

RF
Anônimo disse…
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